O ex-morador de rua Givaldo Alves de Souza ganhou notoriedade nacional depois de ser espancado no dia 9 de março pelo personal trainer Eduardo Alves, que o flagrou tendo relações sexuais com a esposa dele, Sandra Mara Fernandes, em Planaltina (DF). O seu passado, que até então era uma incógnita, veio à tona e foi constatado que ele cumpriu oito anos de prisão pelo crime de extorsão mediante sequestro em junho de 2004, no estado de São Paulo. As informações são do jornal Extra.

Na sexta-feira (20), o ex-sem-teto divulgou um vídeo em suas redes sociais para comentar o assunto. Sem entrar em muitos detalhes, Givaldo afirmou que não voltou a se envolver com “coisas erradas”. Ele ainda atribuiu o episódio à influência de amizades que tinha na época.

“Depois que eu saí da prisão não tem sido fácil, mas eu tenho me esforçado demais, e tenho conseguido. Tanto que não me envolvi com coisas erradas. E isso já faz quase dez anos. Para mim, cada ano é uma vitória. É como diz um ditado: ‘Quem se junta com porco, farelo come’. Naquele momento de um convite, você jamais vai pensar que vai chegar a um desastre. Só quando realmente acontece… Eu tenho essa experiência para falar para vocês.”

Conforme o processo que trata do sequestro, Givaldo foi preso em flagrante no dia 1° de julho de 2004 depois de ter invadido uma casa e cobrado pelo resgate da vítima. Depois, os policiais levaram o ex-morador de rua para a Penitenciária de Flórida Paulista. Na época, a sua condenação foi de 17 anos de detenção.

O advogado que representa Givaldo foi procurado pelo jornal Extra para comentar o assunto, mas ele não retornou até o momento.

Revisão de pena

Em 2013, a Justiça revisou a condenação de Givaldo para a pena mínima, que é de oito anos. Para a decisão, foi considerado que não houve a participação de uma organização criminosa ou bando, que são chamados de “qualificadores” no processo penal.

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Como Givaldo já havia cumprido o período previsto, ele recebeu o alvará de soltura no dia 18 de abril de 2013.

Contudo, esse não foi o único crime que o ex-morador de rua respondeu. Também consta na Justiça que Givaldo foi condenado em 2005 por um furto cometido em novembro de 2000.

Pelo crime, ele ficou detido por dois anos.

Nos processos, há ao menos três números de RGs diferentes atribuídos a Givaldo, mas o nome dos pais são os mesmos.

Apelo

No vídeo divulgado nas redes sociais, Givaldo afirmou que no período que passou em Planaltina (DF) não teve oportunidade de trabalho porque os empresários consultavam o seu CPF e viam os seus antecedentes criminais.

Por conta disso, ele fez um apelo: “Tenho batido em muitas portas e sei da dificuldade. Quando for alguém em suas empresas e pedir um trabalho, quando fazem a ficha e puxam CPF e veem que a pessoa já errou, se vocês não derem oportunidade, como o cara vai ser reintegrado socialmente? Como vai ser ressocializado? Ele ficou sem apoio. Como vai viver? Quando tinha errado, ele estava trancado, o Estado manda comida. É oprimido, mas mantém ele com vida. Quando em sociedade, ele precisa do apoio dos senhores”.

Relembre o caso

No dia 9 de março, Eduardo Alves flagrou a sua esposa, Sandra Mara Fernandes, tendo relações sexuais dentro de um carro com o Givaldo Alves.

Por acreditar que a mulher estaria sendo vítima de um estupro, o personal espancou o homem que vivia em situação de rua.

Um laudo feito por médicos do Hospital Universitário de Brasília concluiu que Sandra apresentava sinais de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”.

Mesmo assim, o inquérito policial entendeu que a relação sexual foi consensual.

Na sexta-feira (20), a Polícia Civil do DF concluiu a investigação do caso. O personal trainer foi indiciado por lesão corporal. Já Givaldo, por difamação pelo trecho vazado de uma entrevista concedida à Band TV no qual ele deu detalhes sobre o ato sexual.



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