O ex-ministro francês do Interior Brice Hortefeux foi acusado nesta terça-feira dentro da investigação por suposto “financiamento ilegal” pela Líbia da campanha presidencial de Nicolas Sarkozy em 2007, informou à AFP seu advogado, Jean-Yves Dupeux.

Em comunicado transmitido à AFP, o deputado europeu, que, até agora, tinha o status de testemunha assistida no caso, expressou “total surpresa” e destacou que “uma acusação não antecipa, absolutamente, uma culpabilidade”. Ele foi acusado também de “associação ilícita”. “Tudo mostra que não houve financiamento líbio da campanha presidencial de 2007”, afirmou.

A decisão dos juízes de instrução era aguardada desde a acusação de “associação ilícita”, em janeiro, contra o antigo colaborador de Sarkozy Thierry Gaubert; em outubro, contra o próprio-presidente; e no começo de dezembro, contra seu ex-braço direito Claude Guéant.

Hortefeux foi acusado pelo cunhado de Muamar Khadafi, Abdallah Senoussi, e pelo empresário Ziad Takieddine de ter visitado a Líbia pelo menos duas vezes. Segundo os dois, ele teria organizado as modalidades do apoio dado pelo regime líbio a Sarkozy visando à sua eleição à presidência, cargo que ocupou de 2007 a 2012.

“Diante da total falta de credibilidade tanto de Takieddine quanto de Senoussi, as acusações contra Hortefeux me parecem sem nenhum fundamento”, declarou Jean-Yves Dupeux à AFP.

Nos últimos sete anos, os juízes reuniram uma quantidade de indícios preocupantes que deram corpo à tese de que a campanha de Sarkozy teria sido financiada pelo regime de Khadafi, mas, até o momento, não foi encontrada nenhuma prova material indiscutível, embora tenham sido apresentadas 10 acusações por movimentos de fundos suspeitos.

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