O ex-ministro das Comunicações do governo Jair Bolsonaro, Fábio Faria, fez elogios ao atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do grupo Esfera realizado em Paris nesta sexta-feira, 13. Faria afirmou que o atual integrante do governo Lula tem boa interlocução com o mercado, embora tenha ressaltado um legado positivo da gestão da qual fez parte.

“Eu acredito que nós temos que continuar fazendo as reformas. Temos que deixar o legado que nós conseguimos no passado, como o Banco Central independente, a privatização da Eletrobras, que esses assuntos sejam mantidos. Eu acho que o governo tem tido uma boa interlocução… O ministro Haddad tem uma boa interlocução com o mercado financeiro, com os bancos”, afirmou Fábio Faria.

O Fórum Esfera Internacional, organizado pelo grupo Esfera Brasil, fundado pelo empresário João Camargo, também conta com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, do ministro Gilmar Mendes, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de ministros do governo Lula e de empresários.

No mesmo evento, empresários ressaltaram o potencial brasileiro para crescer mais. O presidente do Conselho de Administração da Península Participações, Abílio Diniz, enfatizou, porém, que falta um pouco de ambição para que o País consiga se desenvolver de forma mais intensa.

“Está tudo bem para crescermos 3% (em 2023). Será que é isso que precisamos? Está faltando ambição. Somos extremamente atraentes”, afirmou o empresário.

No mesmo evento, Wesley Batista, sócio da J&F, afirmou que o mercado tem acreditado no Brasil, que seria, segundo ele, “a bola da vez”. Ao tratar do tema, chegou a anunciar que o grupo investirá R$ 38,5 bilhões em diversos ramos de atividade nos próximos anos, criando 30 mil postos de trabalho, por acreditar que o país está no rumo correto.

“Vamos destinar ao Brasil 85% dos investimentos previstos para o grupo”, afirmou.

Entre os investimentos que serão feitos pela J&F está a operação de uma segunda linha de produção da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (MS). O projeto tem custo de R$ 20 bilhões, com a geração de 10 mil empregos. Também haverá um ramal ferroviário com 85 quilômetros de extensão para conectar a fábrica à malha ferroviária brasileira.