A ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia declarou nesta sexta-feira (16) que pediu demissão em abril devido às políticas do presidente republicano Donald Trump, quem acusa de “pressionar a vítima” e favorecer a Rússia.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump reverteu a política adotada por seu antecessor democrata Joe Biden em relação à Ucrânia, diminuindo a ajuda militar, aproximando-se da Rússia e frequentemente culpando o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em vez de seu contraparte russo, Vladimir Putin, pela continuação da guerra.
O mandatário republicano pressiona ambas as partes para que cheguem a um acordo de paz, mas as negociações terminaram nesta sexta-feira em Istambul com poucas expectativas de um avanço.
“Não posso ficar parado e não fazer nada enquanto um país é invadido, uma democracia é bombardeada e crianças são mortas impunemente”, afirmou a ex-embaixadora Bridget Brink, em um artigo publicado no Detroit Free Press.
“Acho que a única forma de garantir os interesses dos Estados Unidos é defender as democracias e fazer oposição aos autocratas. A paz a qualquer preço não é a paz absoluta: é apaziguamento”, acrescentou.
O Departamento de Estado anunciou em abril a demissão de Brink, nomeada por Biden e que trabalhou como diplomata para cinco presidentes.
Ela assumiu o cargo de embaixadora em Kiev em maio de 2022, três meses após a Rússia invadir seu vizinho, o que mobilizou as potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos a armar e apoiar a Ucrânia.
A ex-embaixadora reconhece que seu trabalho é aplicar as políticas da Casa Branca, mas critica as do presidente americano.
“Infelizmente, a política desde o início do governo Trump tem sido pressionar a vítima, a Ucrânia, em vez do agressor, a Rússia”, declarou.
“Assim, não poderia mais realizar de boa fé a política do governo”, acrescentou.
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