A Justiça espanhola anunciou, nesta quinta-feira (1o), a concessão de regime de semiliberdade ao ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Rodrigo Rato, preso desde 2018 por apropriação indevida.

O anúncio foi feito dois dias após sua absolvição em outro processo.

Em um comunicado, o tribunal de Madri encarregado do caso explicou que “concedeu a progressão ao terceiro grau” (regime de semiliberdade) a Rato, que será controlado por uma tornozeleira eletrônica.

Ministro da Economia nos governos conservadores de José María Aznar (1996-2004), Rato entrou na prisão em 25 de outubro de 2018, depois de ser condenado a passar quatro anos e meio atrás das grades por apropriação indevida, em um dos vários processos sobre a gestão do Bankia. Ele dirigiu este banco entre 2010 e 2012.

Em seu julgamento, foi considerado culpado de ter mantido no banco um sistema de “cartões opacos”, usados por vários executivos para despesas pessoais sem justificativas, ou sem pagamentos de impostos sobre elas. À época, a Espanha aplicava rígidas políticas de austeridade.

Na terça-feira, este ex-diretor do FMI (2004-2007) foi absolvido pelo tribunal que julgou a entrada do Bankia na Bolsa de Valores em 2011, um movimento cercado de suspeitas de fraude.

O tribunal encarregado de estudar seu regime prisional reconhece ter esperado o desfecho deste segundo julgamento. Nele, o Ministério Público reivindicava “penas elevadas” de até oito anos e meio para Rato.

A ausência de ocorrências nas permissões de saída concedidas, bem como um “baixo prognóstico de reincidência” e a saúde do condenado, de 71 anos e com doença cardíaca coronária, também jogaram a favor de Rato. Antes de entrar na prisão, ele se desculpou por seus atos.

O regime concedido poderá ser reconsiderado, se o ex-banqueiro e político for condenado em qualquer um dos processos pendentes contra ele por corrupção e fraude fiscal, frisou o tribunal.