06/04/2018 - 12:36
A prisão preventiva do ex diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza foi motivada por coações contra outra ré do processo que investiga desvio de recursos da estatal paulista. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, ao menos três ameaças foram recebidas por ela e sua irmã nos últimos dois anos.
“As ameaças geralmente são veladas. São ameaças de que ela iria sofrer represálias, que iria cair junto. O objetivo da prisão preventiva não é só preservar provas, mas preservar a integridade física da ré”, disse a procuradora Thamea Danela, coordenadora interina da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.
As ameaças contra a ré, que é colaboradora das investigações, foram realizadas pessoalmente por meio de terceiros e não diretamente pelo ex-diretor. Segundo o MPF, a ameaçada relatou estar sentido medo e, recentemente, teve de mudar de endereço algumas vezes em razão disso.
A prisão preventiva de Paulo foi decretada no último dia 2 pela Justiça Federal, mas segundo a Procuradoria apenas nesta sexta-feira, 6, a Polícia Federal conseguiu se mobilizar para cumpri-la.
Além da prisão, a Polícia também fez busca e apreensão na casa e em outros endereços ligados ao ex-diretor. Segundo a procuradora Thamea, a busca visou apenas objetos eletrônicos.
A coordenadora da Lava Jato em São Paulo esclareceu ainda que até o momento a investigação não envolve nenhum agente público com prerrogativa de foro.
Mais cedo, a defesa de Paulo Vieira de Souza disse que a ordem de prisão do ex-diretor da Dersa foi uma medida “arbitrária, sem fundamentos legais, além de desnecessária diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça”.