A Polícia Federal deve ouvir nesta terça-feira, 5, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado durante a invasão e depredação do Congresso Nacional, STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro de 2023.
Ramagem foi diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e um dos principais homens de confiança de Bolsonaro. O deputado federal chegou a disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro durante as eleições municipais de 2024, mas acabou sendo derrotado por Eduardo Paes (PSD).
Segundo o jornal “O Globo”, a investigação sobre os atos golpistas está na reta final para ser concluída e tem Bolsonaro como um dos principais investigados. A fase de depoimento dos investigados é uma das últimas etapas do processo.
Há possibilidade de que Ramagem seja um dos indiciados na investigação, junto ao ex-presidente.
Além desse inquérito, o parlamentar é investigado em um outro que apura a utilização da Abin – sob o comando de Ramagem – para fazer monitoramento ilegal de pessoas consideradas desafetos de Bolsonaro.
A principal linha de investigação é que diversos órgãos do governo passado tenham sido mobilizados para interferir na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como setores da própria Abin, da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Palácio do Planalto e das Forças Armadas.
Uma das principais provas elencadas pela PF é a discussão de uma minuta golpista em reuniões no Palácio do Planalto e da Alvorada, no fim de 2022, nas quais teriam sido convocados comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para tratar da aplicação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Segundo as investigações, os chefes do Exército e Aeronáutica se manifestaram contrários ao plano.