Tamara Adrián, mulher trans e ativista dos direitos LGBTQIA+ na Venezuela, anunciou, nesta quinta (13), sua pré-candidatura às primárias da oposição que vão determinar o adversário de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 2024.

Adrián, que, em 2016, se tornou a primeira deputada transexual nesse país altamente conservador, conta com o apoio do movimento Unidos por la Dignidad (Unidos pela Dignidade, em tradução literal para o português), que, em 2022, iniciou um longo processo para se tornar um partido.

“É um plano integral para que ninguém seja deixado para trás”, disse Adrián em coletiva de imprensa. “Como incorporar, romper as barreiras que a sociedade impõe a determinadas pessoas para se incorporar de maneira efetiva no desenvolvimento econômico – as pessoas com deficiência, os idosos, as pessoas LGBTQIA+”.

Advogada e professora universitária, Adrián, de 69 anos, concentrou seu discurso na atração de investimentos estrangeiros e na melhora dos serviços públicos, sem abordar temas específicos da comunidade.

Ela acusou o Estado venezuelano de “homofóbico por ação” e “omissão”.

No Parlamento, então no controle da oposição (2015-2021), prometeu apresentar uma lei contra a discriminação e a favor dos direitos da comunidade, que nunca se concretizou.

A Venezuela está atrasada nesses temas em relação a outros países como México, Argentina, Colômbia, Brasil e Chile. A política venezuelana é altamente conservadora, tanto no chavismo governante como na oposição.

As primárias da oposição estão previstas para 22 de outubro.

Outros políticos como Juan Guaidó, que até janeiro foi considerado presidente pelos Estados Unidos; Henrique Capriles, que enfrentou Hugo Chávez em 2012 e Maduro em 2013; e María Corina Machado, da ala mais radical da oposição, também formalizaram sua participação.

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