Mito dos 1.000%, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, o amigão do Queiroz, o marido da receptora de cheques de milicianos, o pai do senador da mansão de seis milhões de reais, o deputado que ‘comia gente’ com verbas parlamentares, o empregador de personal trainer, do Rio de Janeiro, em seu gabinete oficial, em Brasília, foi acusado, em áudio vazado pelo UOL, de contratar funcionários fantasmas e exigir deles a devolução de grande parte dos imerecidos salários, pagos pelos otários aqui, quando era apenas um obscuro congressista.

Dado o comportamento de 99,999% dos parlamentares brasileiros, e dado tudo o que já sabemos sobre Queiroz, depósitos fracionados de 2 mil reais, panetones vendidos em dinheiro vivo, loja de chocolates que faturava mais do que loja de jóias, pagamentos, em espécie, de planos de saúde e escola de filhos, compra e venda de imóveis com lucros astronômicos e outras coisas mais do Clã Bolsonaro, aquele que condecorava milicianos e assassinos de aluguel, não há por que duvidar da veracidade do que diz a ex-cunhada do devoto da cloroquina.

Como visto, se o passado da Bolsolândia não é lá muito abonador, o presente também não traz notícias nada alvissareiras. O maníaco do tratamento precoce foi acusado pelo deputado Luis Miranda (Democratas) de omissão no caso da vacina indiana Covaxin, já que fora avisado das suspeitas de corrupção e nada fez. Ou melhor, fez sim: impediu a demissão de um servidor do Ministério da Saúde acusado de pedir propina. Até hoje, dez dias depois da denúncia, o mito não desmentiu o deputado e a CPI da Covid descobriu coisas ainda piores.

Se passado e presente estão postos, o futuro a Deus pertence. Ou aos eleitores. Políticos e clãs como os Bolsonaro temos aos montes, de Sarney a Lobão, de Calheiros a Barbalho, de Maia a Neves. Essa gente só existe, politicamente falando, porque a colocamos lá. Não cai do céu nem vem de Marte. A escolha é e será sempre nossa. Fala, Gabriel (O Pensador): ‘Mude, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a mente muda, a gente anda pra frente. E quando a gente manda, ninguém manda na gente’.