A Justiça chilena ordenou nesta segunda-feira (11) a libertação provisória do ex-comandante do Exército, Juan Emilio Cheyre, preso dias atrás no contexto de um julgamento sobre sua participação na tortura de prisioneiros da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Na quinta-feira passada, Cheyre e outros exaltados líderes militares foram presos e enviados para um regimento militar em Santiago, uma medida que foi revogada nesta segunda-feira após o pagamento de uma fiança de cerca de US$ 1.500.

“O Tribunal de Apelações de La Serena confirma a liberdade provisória de ex-soldados acusados de tortura Juan Emilio Cheyre, Raúl Ojeda Torren e Mario Larenas Carmona”, informou o Judiciário em sua conta no Twitter.

A prisão de Cheyre foi ordenada pelo juiz Vicente Hormazábal, de La Serena (475 km ao norte de Santiago), depois de colher depoimentos que apontam para a participação de Cheyre em torturas ocorridas no Regimento Arica entre setembro e novembro de 1973.

Nesta época, Cheyre era tenente deste regimento, nos primeiros passos de uma bem-sucedida carreira militar, que o levou a comandar a força entre 2002 e 2006. .

O militar já foi condenado em novembro passado a três anos de liberdade vigiada por acobertar 15 homicídios em 1973 no âmbito da “Caravana da Morte” – projeto no qual grupo de militares fazia viagens de helicóptero por várias cidades para executar opositores da ditadura que derrubou o socialista Salvador Allende.

Com esta manobra, o regime de Pinochet assassinou quase 100 prisioneiros políticos. O caso levou o ditador chileno aos tribunais.

Apesar dos processos abertos, Pinochet morreu em 2006 sem ser condenado pela Justiça de seu país.