Ex-chanceler italiana é internada com insuficiência respiratória

ROMA, 1 DEZ (ANSA) – A ex-ministra das Relações Exteriores da Itália Emma Bonino (2013-2014), conhecida por sua luta em defesa do direito ao aborto, foi internada na noite do último domingo (30), no Hospital Santo Spirito, em Roma, com insuficiência respiratória.   

Segundo fontes consultadas pela ANSA, a presidente do partido +Europa, de 77 anos, encontra-se alerta e em condição estável, enquanto aguarda novos exames. Ela está em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).   

A internação reacendeu a preocupação em torno da saúde da ex-ministra, que ao longo das últimas décadas enfrentou diversas batalhas pessoais e políticas.   

Diagnosticada em 2015 com um câncer de pulmão de pequenas células, uma forma agressiva da doença, Bonino anunciou sua cura em 2023, após oito anos de tratamento contínuo.   

Em outubro de 2024, ela já havia sido hospitalizada por problemas respiratórios, mas recebeu alta uma semana depois. No início de novembro, inclusive, recebeu uma visita do falecido papa Francisco, amigo de longa data.   

Figura de destaque dentro e fora da Itália, Bonino se tornou um dos nomes femininos mais reconhecidos internacionalmente na política italiana. Membro do Partido Radical desde 1975, protagonizou campanhas decisivas pela legalização do aborto, pela luta contra a energia nuclear, pela liberalização das drogas leves e pela defesa dos direitos civis e políticos em âmbito global ? incluindo a abolição da pena de morte e iniciativas contra a fome no mundo.   

Além disso, luta contra suicídio assistido e em prol do acolhimento e a integração de imigrantes e refugiados.   

Entre 1976 e 1994, foi deputada na Câmara italiana e, posteriormente, presidente e secretária do Partido Radical Transnacional. Eleita ao Parlamento Europeu em 1979, 1984 e 1999, liderou a Lista Bonino, que alcançou 8,5% dos votos. Em 2006, assumiu o cargo de ministra do Comércio Internacional e das Políticas Europeias no governo Prodi. Foi ainda senadora pelo Partido Democrático e vice-presidente do Senado.   

Reconhecida por defender causas ligadas às mulheres, aos menos favorecidos e aos direitos humanos, Bonino sempre se destacou por sua postura firme e pelo diálogo amplo, incluindo o “diálogo intersecular”, como define. Sua relação política e pessoal com Marco Pannella, outro ícone do radicalismo italiano, foi intensa e marcante, apesar do afastamento que antecedeu a morte do líder em 2016. (ANSA).