Ex-cardeal Theodore McCarrick é alvo de novas acusações de abuso

NOVA YORK, 23 JUL (ANSA) – O ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, que foi expulso do clero no ano passado após ser denunciado por agressão sexual, foi alvo de novas acusações de abuso de menores. Desta vez, ele teria orquestrado o abuso de meninos em sua casa de praia em Nova Jersey no início dos anos 1980.   

O processo foi aberto na última terça-feira (21) no Tribunal Superior de Nova Jersey por um homem que alega ter sido vítima de McCarrick e de outros cincos clérigos da diocese local quando tinha entre 11 e 16 anos de idade. Na época, o ex-cardeal era bispo de Metuchen.   

Segundo a denúncia, o garoto, que usa o pseudônimo “Doe”, e outros seis adolescentes foram convidados para passar o fim de semana na residência em Sea Girt, comprada com fundos da diocese a pedido do religioso, após ter alegado que precisava de dinheiro para pagar sua educação católica.   

“McCarrick decidiu onde dormir e os menores foram divididos e associados a padres adultos”, diz o documento, ressaltando que a suposta vítima conheceu o ex-cardeal por meio de Andrew Hewitt, diretor de uma escola católica em Nova Jersey, que morreu em 2002.   

De acordo com a acusação, Hewitt indicou que McCarrick poderia ajudá-lo a pagar as mensalidades da instituição. Entre os outros padres citados pelo homem estão: Anthony Nardino, Michael Walters, John Laferrera e Gerald Ruane, também já falecido.   

O advogado Jeff Anderson, que há décadas representa vítimas de padres acusados de pedofilia em processos contra a Igreja Católica e o Vaticano, afirmou que os religiosos liderados por McCarrick “cometeram atos sexuais criminosos abertamente”.   

McCarrick foi expulso da Igreja pelo papa Francisco em fevereiro de 2019, depois que um julgamento o considerou culpado de abusar sexualmente de menores. O ex-arcebispo honorário de Washington, o primeiro cardeal excomungado no contexto de um escândalo de pedofilia, foi durante muito tempo uma peça-chave para arrecadar fundos para o Vaticano nos Estados Unidos. (ANSA)