Richard Gates, um ex-assessor do presidente Donald Trump, teria se declarado culpado nesta sexta-feia (23) de conspiração e de mentir para investigadores no caso sobre a interferência russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, segundo documentos do tribunal.

Gates, de 45 anos, havia feito um acordo com o procurador especial que comanda este caso, Robert Mueller, de cooperar na investigação sobre a ingerência e o suposto conluio entre Moscou e a campanha de Trump.

Esta virada aumenta a pressão sobre Paul Manafort, ex-diretor de campanha de Trump e ex-sócio de Gates, que continua negando as acusações que constam na ata contra os dois homens.

Nesta sexta-feira está prevista uma audiência ante um juiz federal de Washington, onde acredita-se que Gates vá se tornar o quinto envolvido a se declarar culpado neste caso.

Mueller reuniu provas contra Manafort e Gates, os quais acusou duas vezes em um período de quatro meses.

A mais recente ata de acusação tornada pública na quinta-feira se refere a crimes de fraude e evasão fiscal, e de ocultamento de contas bancárias no exterior. Manafort e Gates teriam sido acusados de crimes similares no fim de outubro.

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Entre 2006 e 2015, os dois homens trabalharam como consultores políticos e lobistas a serviço do presidente da Ucrânia, Viktor Ianoukovitch, apoiado pela Rússia, e de partidos próximos ao dirigente, que foi derrubado em 2014.

Manafort e Gates são acusados de terem montado um sistema completo que lhes permitia evitar declarar ao fisco americano uma parte de seus lucros milionários.

Mais de 75 milhões de dólares em pagamentos foram colocados em contas offshore e dois dos acusados são suspeitos de lavarem mais de 30 milhões de dólares.

Paul Manafort dirigiu entre junho e agosto de 2016 a equipe de campanha de Trump, mas foi demitido quando revelou sua proximidade com os interesses russos na Ucrânia.

Ambos os acusados foram colocados em liberdade, mas estão sob rigoroso controle judicial.

Na terça-feira, Mueller também acusou de falso testemunho o advogado Alex Van Der Zwaan, do escritório Skadden Arps, por mentir ao FBI sobre seus contatos com Gates.

O advogado se declarou culpado.


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