Ex-arcebispo de Lima nega acusação de abuso de menor

Ex-arcebispo de Lima nega acusação de abuso de menor

O ex-arcebispo de Lima Juan Luis Cipriani, primeiro cardeal do Opus Dei, negou neste sábado ter abusado sexualmente de um menor há quatro décadas, após uma revelação do jornal espanhol El País, que afirma que o papa Francisco forçou o afastamento de Cipriani em 2019, devido a essa denúncia.

Cipriani, 81, na época o religioso mais influente da Igreja Católica peruana, respondeu ao artigo publicado hoje pelo jornal. “Os fatos descritos são totalmente falsos. Não cometi nenhum crime nem abusei sexualmente de ninguém, nem em 1983, nem antes, nem depois”, afirmou o cardeal, em carta publicada pelos principais jornais peruanos.

Segundo o El País, Cipriani aposentou-se em 2019 por ordem do papa Francisco, que também lhe ordenou que deixasse o Peru, “após ter sido acusado de abuso de um menor”. A suposta vítima tem hoje 58 anos e escreveu ao chefe da Santa Sé para denunciar o cardeal.

“O denunciante acusou Cipriani de toques, carícias e beijos em 1983, quando ele tinha entre 16 e 17 anos”, publicou o El País, que afirma ter entrado em contato com a suposta vítima.

O cardeal peruano admitiu que foi informado na época sobre a denúncia. “Em seguida, sem ter sido ouvido, sem ter sabido mais e sem ter sido aberto um processo, o núncio apostólico informou-me verbalmente” sobre as punições, que, segundo Cipriani, limitaram o seu “ministério sacerdotal” e o obrigaram a viver fora do seu país e a manter silêncio.

Cipriani ressaltou que, em 2020, o papa permitiu que ele retomasse os trabalhos pastorais. Ele foi arcebispo de Lima entre 1999 e 2019, e nomeado cardeal em 2001, pelo papa João Paulo II.

A acusação contra Cipriani é divulgada na mesma semana em que Francisco ordenou a dissolução do Sodalicio de Vida Cristã (SCV), uma congregação ultraconservadora de laicos e sacerdotes de origem peruana envolvida em agressões sexuais contra menores.