O deputado federal Paulinho da Força (SP), presidente nacional do Solidariedade, defendeu à IstoÉ que a federação formada entre o partido e o PRD — que será anunciada na quarta-feira, 25 — abrigue a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), à Presidência da República.
“Se ele quiser vir, defendo que a gente dê legenda para que seja candidato”, afirmou. “Essa decisão depende de uma discussão interna com o PRD. Se o partido estiver de acordo, podemos ser essa alternativa para o governador“.
“Vamos trabalhar para construir uma candidatura ao centro, que possa representar os desejos dos brasileiros que não são radicais. Pensar no país, não nos extremos”, concluiu.
+O que é uma federação partidária
Destino para Caiado?
O governador é pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026, mas a empreitada não tem apoio integral do União Brasil, que abriga de ministros do governo Lula (PT) a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Presidente nacional da sigla, Antonio Rueda não participou do evento de lançamento da pré-candidatura do filiado — em que o dirigente do Solidariedade esteve. Em entrevista à IstoÉ, em abril, o goiano minimizou a situação e disse não ter como “cobrar que o partido faça uma prévia antes da convenção”.
Ovasco Resende (PRD), que deve presidir o grupo inicialmente, afirmou à IstoÉ que o “assunto é novo” e fará parte de uma série de discussões para o “fortalecimento da federação”. A assessoria de Caiado foi questionada sobre a possibilidade de mudança, mas não respondeu até a publicação desta notícia. O espaço segue aberto à manifestação.
Menos um na base de Lula
Ao se unir ao PRD — que há poucos meses abrigava o ex-presidente Fernando Collor e o ex-deputado Roberto Jefferson — e acenar a Caiado, um dos presidenciáveis da direita, o Solidariedade se afasta definitivamente de Lula depois de ser o primeiro partido de fora da federação PT-PCdoB-PV a embarcar na chapa do petista em 2022 e de integrar a base governista no Congresso. O desembarque era antecipado pelas críticas públicas de Paulinho à política econômica da gestão.
O presidente formou uma “frente ampla” para derrotar Bolsonaro nas urnas, foi apoiado por antigos adversários e abrigou legendas de centro-direita na Esplanada — casos de PSD, MDB, PP, Republicanos e do próprio União Brasil de Caiado –, mas vê sua base legislativa minguar na medida em que o governo comete erros e perde aprovação popular.