Luis Gustavo Botto Maia, que atuou como advogado para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e também foi investigado no caso das “rachadinhas”, teve uma ascensão rápida com apenas oito meses de trabalho na Caixa Econômica Federal. Ele ingressou no banco, em abril de 2021, para uma agência na praça Jauru, em Jacarepaguá (RJ). Depois, ele foi transferido para assumir um cargo em Brasília (DF). As informações são da Folha de S.Paulo.

Luis Gustavo passou no concurso para técnico bancário, em 2014. Porém só foi convocado em 2021.

Após oito meses no cargo, em novembro de 2021, ele foi transferido para a Diretoria Executiva de Marketing e Relacionamento Institucional, em Brasília, para atuar como substituto eventual de assessor executivo. Com isso, o seu salário passou de R$ 3 mil para R$ 14 mil.

Contudo, Botto ainda aparece lotado na agência do Rio de Janeiro nos sistemas internos do banco, apesar de não dar mais expediente no local.

Caso das rachadinhas

Luis Gustavo Botto Maia foi investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) no caso das “rachadinhas”, um possível esquema de devolução de parte do salário dos servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que teria ocorrido dentro do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Segundo o MPRJ, Botto atuou como advogado do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um período do caso das “rachadinhas”. Nessa época, ele teria obstruído a investigação e destruído provas.

“Botto Maia extrapolou todos os limites do exercício da advocacia e passou a atuar de forma criminosa, em cumplicidade com funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), para obstruir a atuação da Justiça mediante adulteração de provas relevantes à investigação da organização criminosa”, afirmou o órgão na denúncia.

Por conta disso, ele chegou a responder por um processo administrativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas o caso foi arquivado.

O que dizem os envolvidos?

Procurado pela Folha, Luis Gustavo negou qualquer interferência de Flávio Bolsonaro na sua promoção. “Uma oportunidade surgiu e eu me enquadrava no perfil”, afirmou.

Essa afirmação foi corroborada pelo senador, que disse que “Gustavo Botto Maia fez concurso público para a Caixa e passou. Além de concursado, se ele está em uma função de confiança, é porque provavelmente atende aos requisitos necessários”.

Por sua vez, a assessoria da Caixa Econômica Federal informou que “os ritos de movimentação de empregados seguem as normas internas e obedecem a governança do banco”.

O advogado criminalista José Luis Oliveira Lima, que representa Pedro Guimarães, relatou que ele “não conhece o Sr. Luis Gustavo Botto Maia e jamais recebeu qualquer pedido do Senador Flávio Bolsonaro em seu favor”.