Um novo tipo de medicamento contra o colesterol, o Evolocumab, reduziu claramente o risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, de infartos e de acidente vascular cerebral em pessoas que sofrem de arteriosclerose, de acordo com um artigo publicado nessa sexta-feira.

O risco global de mortalidade cardiovascular, de acidente vascular cerebral (AVC) e de hospitalização por angina ou para colocar um bypass coronário entre os pacientes tratados durante 26 meses com Repatha (do grupo biofarmacêutico americano Amgen), diminuiu 15% em relação aos pacientes tratados com placebo.

Os pesquisadores também constataram uma redução de 25% no risco de mortalidade cardiovascular, de infarto e de AVCs mais graves no período de um ano após o ensaio clínico, batizado de FOURIER.

O ensaio foi realizado entre 2013 e 2015 em 49 países, com 27.564 pessoas entre 40 e 85 anos (com média de 63 anos), das quais 75% eram homens.

Concretamente, o risco de infarto diminuiu 27%, e o de AVC foi reduzido em 21%, segundo os pesquisadores, cujo estudo foi apresentado no primeiro dia da conferência da American College of Cardiologie, que acontece nesse final de semana em Washington.

Todos os participantes sofriam de doenças cardiovasculares e recebiam como tratamento doses máximas de estatinas, como o medicamento Lipitor, para reduzir seus níveis de colesterol ruim (LDL).

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O medicamento Repatha administrado por injeção uma ou duas vezes ao mês neutraliza uma proteína (PCSK9) que impede que o fígado elimine o colesterol ruim – um mecanismo diferente do das estatinas.

Os pacientes tratados nesse ensaio clínico registraram reduções de 59% no colesterol LDL, e poucos efeitos colaterais foram observados.

“Com os resultados desse ensaio clínico, agora temos dados definitivos mostrando que, quando complementada a administração de estatinas com Repatha, pode-se melhorar claramente a saúde cardiovascular desses pacientes sem correr riscos”, disse o médico Marc Sabatine, que coordenou a pesquisa.

O estudo foi financiado pelo laboratório Amgen, e foi publicado online pelo New England Journal of Medicine.


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