A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) está em crise, afirmou nesta quinta-feira (12) o presidente da Bolívia, Evo Morales, que exerce a Presidência rotativa do bloco, do qual seis países suspenderam sua participação em abril passado.

“Lamento muito dizê-lo que Unasul está em uma crise”, afirmou o governante boliviano em uma declaração à imprensa em La Paz, após um encontro com o presidente eleito do Paraguai, Mario Abdo.

A Bolívia estabeleceu a meta de destravar seu funcionamento da união durante seu mandato.

Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai decidiram em abril passado suspender sua participação na Unasul, até que se nomeie um novo secretário-geral para substituir o colombiano Ernesto Samper, que renunciou ao cargo em janeiro de 2017.

Fontes diplomáticas disseram anteriormente que a Venezuela, com apoio da Bolívia e do Suriname, vetou a candidatura do argentino José Octavio Bordón (atual embaixador em Santiago), enquanto o chanceler boliviano, Fernando Huanacuni, responsabilizou a Argentina, que lhe antecedeu, de deixar “assuntos pendentes”.

“Pessoalmente, invejo a integração de alguns continentes como Europa, África e Ásia, e temos que ter a capacidade de avançar nesses sistemas de integração”, destacou Morales.

Com sede em Quito e criada sob impulso do falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, a Unasul abrange 14 nações, das quais seis, as maiores economias da região, suspenderam sua participação.