O ex-presidente boliviano Evo Morales assumiu nesta terça-feira (17) a liderança do partido do governo, o Movimento ao Socialismo (MAS), uma semana após retornar ao seu país oriundo da Argentina, onde esteve refugiado, informou o próprio ex-mandatário.

“Avaliando os resultados das eleições e outros temas, por consenso decidimos que a partir deste momento Evo assume a presidência do Movimento ao Socialismo”, declarou o próprio Morales em coletiva de imprensa na cidade de Cochabamba, centro do país.

Morales (2006-2019) é o chefe dos sindicatos de cocaleiros da região de Chapare, em Cochambanba, mas havia passado as rédeas de seu partido para outros dirigentes, embora tenha continuado no papel de líder indiscutível do grupo político.

O ex-presidente renunciou em novembro de 2019 após uma revolta social contra eleições gerais tidas como fraudulentas pela oposição.

Morales deixou a Bolívia e pediu asilo primeiramente ao México, antes de se mudar para a Argentina, onde permaneceu por 11 meses ditando as diretrizes aos simpatizantes em seu país.

De Buenos Aires, o ex-mandatário atuou até como gerente de campanha e foi responsável pela nomeação do economista Luis Arce e do ex-chanceler David Choquehuanca como candidatos do MAS à presidência e à vice-presidência para as eleições de 18 de outubro.

O MAS venceu com contundências essas eleições, com 55% dos votos no primeiro turno.

Morales também disse à imprensa que convocou uma reunião de seu partido para 21 de novembro para analisar as eleições de governadores de departamentos e prefeitos de cidades de 7 de março de 2021.

Morales se manteve ativo em assuntos políticos após seu retorno à Bolívia.

Fixou residência na comunidade cocaleira de Lauca Ñ, no Chapare, onde tem seu escritório e controla a rádio dos cocaleiros “Kawsachun Coca”.

O ex-presidente disse nos últimos dias que coordena as questões de Estado com o presidente Arce.