Por Laurie Goering

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) – Eventos climáticos extremos ligados à mudança climática e deslocamentos em massa para proteger pessoas ameaçadas estão impulsionando uma disparada global de famílias forçadas a fugir de casa, uma parcela das quais continua deslocada no longo prazo, disseram analistas nesta quinta-feira.

Cerca de 98% dos novos deslocamentos de pessoas de suas casas em 2020 foram causados por eventos climáticos extremos, disse o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC), sediado em Genebra, em um relatório.

Algumas delas conseguiram voltar para casa rapidamente, disse Alexandra Bilak, diretora do IDMC.

Mas de famílias australianas que perderam o lar para incêndios florestais recordes a ilhéus do Oceano Pacífico assolados pelo ciclone Harold e os cinco milhões de sul-asiáticos retirados antes do ciclone Amphan no ano passado, uma parcela cada vez maior está tendo dificuldade de se recuperar e retornar.

“O deslocamento pode durar meses, ou até anos”, disse Bilak a repórteres durante um evento virtual. Ela disse que países ricos vivenciam cada vez mais uma parcela desse deslocamento, como famílias norte-americanas atingidas por furacões mais intensos no Atlântico. Mesmo para aqueles afastados de casa temporariamente, disse Bilak, “isso realmente representa um choque”.

Pesquisadores disseram que 55 milhões de pessoas continuavam deslocadas dentro de seus próprios países no final de 2020. Segundo eles, a maioria foi expulsa pela violência em anos anteriores, mas conflitos em andamento elevaram os números no ano passado, disse Bilak.

Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados, disse que a pandemia não conteve os conflitos, o que ajudou a aumentar o deslocamento em geral.

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