09/03/2023 - 13:00
Uma comitiva alemã formada por autoridades, empresários, associações setoriais e investidores desembarca no Brasil para tratar de negócios no 39º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), nos dias 13 e 14 de março, em Belo Horizonte (MG). Entre os 800 participantes previstos para o diálogo empresarial estão o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro de Assuntos Econômicos e Ação Climática e vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck; e o ministro de Alimentação e Agricultura do país, Cem Özdemir. O objetivo é fortalecer a relação entre as economias e aprofundar a parceria estratégica.
O EEBA é o evento mais relevante para o relacionamento entre Brasil e Alemanha, que é considerado mercado estratégico nas relações de comércio e de investimentos. Atualmente, o país é o 4º principal parceiro comercial brasileiro, com 3,1% de participação na corrente de comércio, e tem o Brasil como principal parceiro alemão na América do Sul. Além disso, a presença de empresas alemãs em território brasileiro é expressiva: já existem 1,6 mil instaladas.
O encontro será realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão) e pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae).
“Eventos como esse, com a participação maciça do setor produtivo, ajudam a construir um Brasil mais desenvolvido, competitivo e presente no mundo. Desde a primeira edição do EEBA a CNI, em parceria com a BDI, trabalha para ampliar o ambiente de negócios e aumentar o fluxo de comércio e de investimentos entre os dois países”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Comércio bilateral de bens atingiu o maior valor em oito anos
Em 2022, o comércio de bens entre o Brasil e a Alemanha alcançou a marca de US$ 19,1 bilhões – o maior valor desde 2014 – e em 2021 o comércio bilateral em serviços totalizou US$ 1,78 bilhões, enquanto os estoques de investimento estrangeiro direto representaram US$ 26,4 bilhões. No período entre 2010 e 2022, as dez empresas alemãs que mais anunciaram investimentos no Brasil, de acordo com dados da FDI Markets compilados pela CNI, foram a ThyssenKrupp, a Volkswagen, a Siemens, a Mercedes-Benz Group (Daimler), a Deutsche Post, a BASF, a Continental, a Stihl, a E.On, a N26 e a Bayer.
No que se refere às exportações, um levantamento da CNI com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que os principais produtos exportados do Brasil para a Alemanha no último ano foram café, chá, mate e especiarias (27%), resíduos e desperdícios das indústrias alimentares (16%), minérios (13%), máquinas mecânicas (10%) e demais (33%).
Em relação às operações de importação, os produtos mais adquiridos da Alemanha pelo Brasil, em 2022, foram máquinas mecânicas (21%), químicos orgânicos (12%), veículos terrestres (10%), produtos farmacêuticos (9%) e demais produtos (47%). No mesmo período, a compra de fertilizantes registrou um aumento, provavelmente em função dos impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Indústrias brasileira e alemã indicaram prioridades para governos
Em janeiro, a CNI, a BDI e a Comissão de Negócios Alemães da América Latina (LADW, na sigla em alemão) entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, uma declaração conjunta com ações prioritárias para fortalecer os laços comerciais e políticos entre as economias. O documento destaca medidas como a conclusão do acordo entre União Europeia e Mercosul, a modernização do plano de ação da parceria estratégica entre Alemanha e Brasil, o lançamento das negociações para celebrar um novo e moderno acordo para evitar a dupla tributação (ADT), o apoio à continuidade do processo de entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a promoção de iniciativas de digitalização e Indústria 4.0, com temas como tecnologia 5G, segurança cibernética e transição energética sustentável.
Evento terá visitas técnicas e encontros de negócios
Com o tema novas abordagens sobre energia, clima e digitalização, o 39º EEBA discutirá assuntos relacionados às cadeias de valores, à sustentabilidade e à economia circular. No primeiro dia de encontro, serão realizados painéis de debate sobre corrente de comércio brasileira, descarbonização industrial, transformação digital e desafios geopolíticos. Além disso, no dia 14, serão realizadas visitas técnicas a empresas da região e encontros de negócios com empresários de diferentes setores industriais, reunindo cerca de 200 empresas brasileiras e 50 investidores da Alemanha.
As comitivas do setor privado que participarão do encontro são compostas por empresas brasileiras e alemãs da agroindústria, de mineração e dos setores mecânico, químico, farmacêutico e metalúrgico. Além do fortalecimento da parceria, o encontro promoverá a discussão de novos investimentos e oportunidades de cooperação, a apresentação de propostas para a melhoria do ambiente de negócios, a facilitação do relacionamento comercial entre empresas e a oportunidade de networking e conexão.
Governos e setor industrial têm presenças confirmadas
Além dos ministros do Brasil e da Alemanha, estão confirmados no 39º EEBA a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha; o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval Feitosa; o governador de Minas Gerais, Romeu Zema; o representante da CNI e presidente da Federação das Indústrias da Bahia, Ricardo Alban; o presidente da BDI, Siegfried Russwurm; o presidente da Iniciativa Econômica para a América Latina (LAI, na sigla em alemão), Ingo Kramer; a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spindola; o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe; e o presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite; além de representantes de grandes indústrias alemãs e brasileiras.