Você sabe como é feito o cálculo da sua conta de água? E se a coleta e o tratamento de esgoto cobrados estão sendo efetivamente realizados? Com essas provocações, o Instituto Democracia e Sociedade (IDS) e a Aliança pela Água, em parceria com o Estado, promovem hoje em São Paulo uma roda de conversa com o tema: “Tarifas de Água e Esgoto: Abrindo os Números para o Debate”.

Representantes da academia, do setor empresarial, da sociedade civil e do governo vão debater a realidade dos serviços de saneamento no Brasil. O objetivo é elaborar um documento com sugestões sobre como trazer mais qualidade e transparência à cobrança dos serviços.

“O abastecimento de água e a coleta e tratamento de esgoto são questões essenciais, diretamente ligadas à qualidade de vida das pessoas. Todo mês recebemos uma conta e com ela pressupõe-se que o serviço esteja sendo feito com qualidade. Se pagamos, entendo que a água tem de ser de boa qualidade e o esgoto está sendo recolhido e tratado”, comenta João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS, que vai mediar o debate.

“Mesmo em São Paulo, cidade mais rica do Brasil, quase 100 mil pessoas não têm acesso à água e cerca de 140 mil não têm coleta de esgoto. E, de todo o esgoto que é coletado, 47% é jogado nos rios sem tratamento, criando tremendo impacto socioambiental e de saúde pública. Pagamos por algo que não é feito”, complementa ele.

Outro problema referente a São Paulo, aponta Capobianco, é que o pagamento pelo serviço não se traduz em cuidado com o manancial. “Em São Paulo, nenhum centavo da tarifa vai para proteger as áreas produtoras de água, que são os mananciais. É isso que queremos?”

Participam do debate Ana Lucia Britto, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em planejamento urbano, saneamento ambiental e recursos hídricos; Fernando Santos-Reis, diretor-presidente da Odebrecht Ambiental, uma das primeiras empresas brasileiras privadas de saneamento básico; José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor-presidente da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp); e Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, criada durante a crise hídrica.

Entrada franca.

O evento é das 9h às 12h30, na Rua dos Macunis, 495, Vila Madalena. Com entrada franca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.