Milhares de pessoas escapavam nesta quarta-feira (21) dos violentos incêndios no oeste do Canadá, que começaram mais cedo do que o normal. Centenas de soldados adicionais serão destacados para combatê-los.

“Minha nova casa é meu trailer de férias”, disse Margo Wagner, chefe de um distrito da Colúmbia Britânica que está entre os evacuados. É a segunda vez em quatro anos que sua casa em Canim Lake, zona rural no centro dessa província, é ameaçada por um incêndio.

A província declarou estado de emergência nesta segunda-feira devido ao avanço dos incêndios florestais. Mais de 5.700 pessoas foram alvo de uma ordem de evacuação e mais de 32.000 estão sob alerta de evacuação.

“Fizemos isso em 2017 e vamos fazer de novo. É estressante? Dá medo? Claro”, afirmou ela calmamente.

Outras cidades vizinhas se preparam para o pior, já que as condições meteorológicas (vento e calor) não vão dar trégua aos 3.180 bombeiros destacados.

“Morei em Ashcroft por quase 25 anos e nunca vi nada parecido”, contou a prefeita Barbara Roden, cujo município, no centro da província, está em alerta máximo desde 14 de julho.

“O mais assustador é que estamos em meados de julho. Ainda falta muito para o final da temporada e não esperamos chuva”, lamentou.

As forças armadas canadenses estão se preparando para enviar 350 soldados adicionais para a Colúmbia Britânica e 120 para Manitoba, uma província central que também enfrenta grandes surtos, de acordo com o porta-voz da Defesa Nacional, John Nethercott. Em Ontário, cerca de 75 militares ajudam os bombeiros locais.

Ao sul da fronteira com os Estados Unidos, os bombeiros combatem incêndios tão grandes que agora geram seu “próprio clima”, segundo especialistas.

Quase 80 grandes incêndios estão devastando centenas de milhares de hectares na Califórnia, Montana e Nevada.

O mais impressionante continua sendo o Bootleg em Oregon, que queimou o equivalente à cidade de Los Angeles em vegetação e florestas em duas semanas.

Na vizinha Califórnia, várias cidades tiveram que ser evacuadas devido às crescentes chamas do incêndio Dixie, que pode ter sido causado pela queda de uma árvore nos fios de energia elétrica de um grande fornecedor, a Pacific Gas and Electric (PG&E).