Ataques das forças russas interromperam pela segunda vez, neste domingo, os planos de evacuação de civis da cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia: “A segunda tentativa de um corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente com bombardeios pelos russos.”, declarou o assessor do Ministério do Interior do país Anton Gershchenko, no serviço de mensagens instantâneas Telegram.
Ele postou, ainda, um vídeo do Regimento Azov da Guarda Nacional afirmando que “os ocupadores quebraram o acordo sobre a abertura de um corredor humanitário para cerca de 200 mil civis, pela segunda vez”.
“É preciso entender que devido ao massacre de civis pelas forças ocupadoras, não pode haver garantia de segurança dos corredores humanitários”, escreveu Gershchenko, acrescentando que “os militantes abriram fogo sem estabelecer uma trégua humanitária”.
A prefeitura de Mariupol chegou a informar que ônibus tinham deixado Zaporíjia rumo à cidade para buscar os civis que quisessem sair hoje, e que a tentativa de evacuação se realizaria entre 12h00 e 18h00 (07h00 a 13h00 em Brasília).
Francisco lamenta “rios de sangue”
A continuação dos combates na região já violara na véspera o cessar-fogo temporário combinado entre as partes, frustrando a primeira tentativa de abertura de um corredor humanitário para Mariupol e Volnovakha, ambas na província de Donetsk.
Na ocasião, o Ministério da Defesa em Moscou virou a mesa das acusações, alegando que as próprias forças ucranianas teriam impedido a retirada dos residentes. No entanto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou as informações de autoridades locais sobre a continuação da agressão armada russa.
Falando da Praça de São Marcos, o papa Francisco lamentou os “rios de sangue” na Ucrânia, resultantes da invasão russa, apelando pelo estabelecimento de corredores humanitários.
O plano original do governo ucraniano era evacuar 200 mil cidadãos da importante cidade portuária Mariupol e 15 mil de Volnovakha, a 66 quilômetros para o interior da região, a qual conta pouco menos de 22 mil habitantes. As Nações Unidas estimam qu, no 11º dia da invasão russa, 1,5 milhão de cidadãos já tenham procurado refúgio fora da Ucrânia.
(EFE,Lusa, Reuters)