Europeus elogiam esforços, mas pedem inclusão de Zelensky

BRUXELAS, 16 AGO (ANSA) – Os líderes europeus divulgaram uma declaração conjunta em que elogiam os esforços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo fim da guerra na Ucrânia, mas cobram a inclusão de Kiev no diálogo com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin.   

O texto foi divulgado logo após uma conversa por telefone entre Trump, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e representantes dos principais países da Europa para discutir os resultados da cúpula do Alasca.   

“Os líderes dão as boas-vindas aos esforços do presidente Trump para parar os assassinatos na Ucrânia, colocar fim à guerra de agressão da Rússia e alcançar uma paz justa e duradoura. O passo seguinte deve ser um novo diálogo com o presidente Zelensky. Estamos prontos a colaborar com o presidente Trump e o presidente Zelensky para uma cúpula trilateral com apoio europeu”, afirmaram.   

A declaração é assinada pelos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do Conselho Europeu, António Costa, da França, Emmanuel Macron, e da Finlândia, Alexander Stubb, pelo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e pelos premiês da Itália, Giorgia Meloni, do Reino Unido, Keir Starmer, e da Polônia, Donald Tusk.   

“Estamos convencidos de que a Ucrânia deve dispor de garantias de segurança sólidas para defender efetivamente sua soberania e integridade territorial. Saudamos a declaração do Presidente Trump de que os Estados Unidos estão prontos para fornecer garantias de segurança”, ressaltaram os líderes, acrescentando que a chamada “Coalizão dos Dispostos” está pronta a “desempenhar um papel ativo”.   

Esse grupo é formado por países europeus dispostos a fornecer garantias de segurança a Kiev no caso de um eventual cessar-fogo e fará uma reunião por videoconferência neste domingo (17), segundo o governo da França, que lidera a iniciativa ao lado do Reino Unido.   

A declaração conjunta também ressaltou que um acordo de paz não pode impor limitações às forças armadas ucranianas e à cooperação com outros países nem vetar uma eventual entrada de Kiev na União Europeia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).   

Putin, no entanto, já deixou claro que não aceitará uma adesão da Ucrânia à Otan. Os europeus também afirmaram que caberá à Ucrânia “tomar decisões sobre o próprio território” e que “fronteiras internacionais não devem ser modificadas por meio da força”.   

Além disso, prometeram manter a pressão sobre a Rússia, inclusive por meio de novas sanções, até que se alcance uma “paz justa e duradoura”. (ANSA).