ROMA, 10 FEV (ANSA) – Após 11 dias de um protesto contra as restrições anti-Covid na capital do Canadá, a manifestação tornou-se um incentivo para diversos grupos de extrema-direita e antivacinas espalhados pelo mundo, principalmente na Europa, que tentam adotar a causa.   

Os atos do “Comboio da Liberdade” começaram em 29 de janeiro no oeste do Canadá por parte de caminhoneiros enfurecidos com as exigências de vacinação impostas para quem atravessa a fronteira entre Estados Unidos e Canadá, mas aumentaram para protestos contra as restrições impostas pelo governo de Trudeau para frear a pandemia.   

Entre as cidades que registraram manifestações no fim de semana estão Toronto, Winnipeg e Quebec. Boa parte dos militantes são claramente extremistas, que ostentam símbolos nazistas e danificam monumentos públicos.   

O Canadá afirma que não vai recuar e que os manifestantes são “minoria”. O comboio que ocupa a capital vem gerando transtorno e Ottawa decretou “estado de emergência”.   

“Isto tem que parar”, afirmou o primeiro-ministro Justin Trudeau em uma sessão do Parlamento canadense no início da semana.   

O ato provocou debates sobre protestos semelhantes nos Estados Unidos, onde caminhoneiros americanos planejam lançar seu próprio comboio entre Califórnia e Washington, e em nações da Europa, como Alemanha e França, além de Austrália e Nova Zelândia.   

A polícia de Paris, por sua vez, proibiu nesta quinta-feira (10) um protesto contra as restrições de coronavírus inspiradas no ato dos caminhoneiros canadenses.   

Como aconteceu em Ottawa, um número desconhecido de caminhoneiros e motoristas queriam bloquear o centro da cidade francesa com seus veículos, mas a polícia negou a entrada deles.   

Quem infringir as regras corre o risco de suspensão da carteira de condução por até três anos, multa de 4,5 mil euros e até dois anos de prisão. O protesto em Paris havia sido convocado para entre 11 e 14 de fevereiro, sendo que nos dias seguintes deveria ser realizado em Bruxelas. O grupo utiliza a hashtag #FreedomConvoy nas redes sociais. (ANSA)