Depois dos Estados Unidos, onde recordes de calor foram batidos no domingo (21), a Europa está se preparando para a chegada de uma nova onda de calor nesta semana, com temperaturas que podem ultrapassar 40°C na França e na Espanha.

Os termômetros, que marcaram 38°C em Nova York e em Washington, começaram a baixar nesta segunda-feira (22) com a chegada de uma frente fria, enquanto que, do outro lado do Atlântico, as temperaturas começavam a subir.

Os sinais de alerta sobre o aquecimento global se multiplicam em 2019. O mês de junho foi o mais quente já registrado em todo mundo, particularmente pela canícula que sufocou a Europa no mês passado, segundo dados do serviço europeu sobre mudança climática Copernicus.

Há uma semana o termômetro alcançou 21°C em Alert, o lugar habitado mais ao norte do planeta, a menos de 900 quilômetros do Polo Norte, um recorde para essa localidade.

Na França, 59 departamentos estavam em “vigilância laranja” nesta segunda-feira. O governo extrema as precauções para evitar uma situação similar à da canícula registrada em 2003, quando morreram 15.000 pessoas.

A onda de calor, curta mas intensa, vai-se estender rapidamente a grande parte do país até quinta-feira, dia em que se prevê um pico, antes de uma queda na sexta.

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Os habitantes dos grandes núcleos urbanos, que sofrem o calor com mais intensidade, serão os mais afetados.

Em Paris, “se prevê 41ºC, ou 42°C, na quinta-feira, e há uma grande possibilidade de que se ultrapasse o recorde de 40,4°C de 1947”, disse à AFP François Jobard, especialista do serviço meteorológico nacional Météo-France.

A prefeitura, que ativou seu plano canícula, instalará fontes temporárias e vaporizadores de água em vários pontos da capital e disponibilizará salas climatizadas para a população.

– Alerta na Espanha –

Outras cidades francesas também poderiam ver cair seus recordes históricos, incluindo Reims, Bourges, Lille e Clermont Ferrand.

O governo francês recomenda à população que tome precauções: beber muita água, evitar fazer esporte intenso e se manter afastado do sol.

“Nos refrescamos nas fontes da cidade e tentamos nos manter na sombra quando andamos pela rua. Sempre levamos uma garrafa de água conosco e não saímos por mais de uma hora e meia”, conta Camille, de 27 anos, enquanto passeia com seus dois sobrinhos pela cidade de Lyon.

A França registrou um recorde de temperatura no mês passado, com 46ºC na localidade de Vérargues, no departamento de Herault, no sul da França.

O termômetro também está subindo na Espanha. Nesta segunda-feira, 14 das 50 províncias do país estavam em alerta laranja, por temperaturas “significativamente altas” que poderiam ultrapassar 41ºC em Jaén e Córdoba, em Andaluzia (sul), e 39ºC, em Madri, indicou a Agência Estatal de Meteorologia (AEMET).

As temperaturas, “acima dos valores normais para a época do ano na Península”, segundo a AEMET, vão diminuir ligeiramente na terça-feira, mas dez províncias continuarão em alerta laranja, e pode-se chegar a 41ºC em Zaragoza (nordeste).

Esta semana, são esperadas temperaturas próximas a 40ºC na Itália, na Bélgica, na Holanda e em Luxemburgo.


– Incêndio em Portugal –

Este verão particularmente quente também preocupa na Alemanha, onde o termômetro marcou um recorde de 38,6ºC no fim de junho em Brandeburgo, a região que rodeia Berlim.

Cerca de metade dos alemães (47%) admite sentir medo dessas ondas de calor, aponta um estudo do instituto de pesquisa Insa publicado no jornal “Bild”.

Portugal luta, nesta segunda, contra um incêndio que foi declarado no sábado na região de Castelo Branco, 200 quilômetros ao norte de Lisboa.

O vento e o calor complicaram as tarefas dos cerca de 2.000 bombeiros que foram mobilizados, com o apoio de aviões e helicópteros. Nesta segunda, 90% do incêndio estava controlado, mas, com temperaturas previstas de 39ºC, os bombeiros temem que se reative.

O Reino Unido também sofrerá com o calor esta semana, mas menos do que o continente. Os especialistas estimam que o recorde de 36,7ºC de julho, estabelecido em 1º de julho de 2015, pode ser superado.

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