Diversos países europeus anunciaram que irão reforçar suas medidas de segurança em locais públicos e mercados natalinos após o ataque desta segunda-feira à noite em Berlim, a menos de uma semana da festa cristã.

Poucas horas após o massacre cometido por um homem que atingiu com um caminhão uma multidão em um mercado de Natal na capital alemã, deixando pelo menos 12 mortos e 48 feridos, a França anunciou que redobrará as medidas de segurança durante as festas de fim de ano.

A tragédia de Berlim lembra o ataque de 14 de julho em Nice (sul da França), quando um caminhão atropelou uma multidão reunida por ocasião do feriado da Queda da Bastilha. O ataque, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, deixou 86 mortos.

O presidente francês, François Hollande, advertiu nesta terça-feira que a França está sob “um alto nível de ameaça” terrorista. O ministro do Interior, Bruno Le Roux, disse ter reforçado a segurança em todos os eventos planejados para o fim do ano.

Em um ato simbólico, Le Roux foi nesta terça-feira ao famoso mercado de Natal em Estrasburgo, na fronteira com a Alemanha.

Esta 446º edição do Mercado de Natal de Estrasburgo, onde se vende artesanato, produtos regionais e decorações natalinas, abriu há algumas semanas em meio a medidas de segurança excepcionais.

“Nenhum veículo pesado pode entrar na parte da cidade onde o mercado de Natal se concentra”, afirmou Roland Ries, prefeito desta cidade no leste da França, transformada em uma verdadeira fortaleza.

Enquanto isso, turistas e famílias passeiam, sob um sol radiante, entre as cabanas de madeira da feira natalina instalada ao longo da famosa avenida Champs-Élysées, em Paris.

Rudy Mathieu, chefe da segurança deste mercado, planeja instalar mais blocos de concreto na calçada.

“Nós vamos passar entre os comerciantes para pedir maior vigilância. Se virem uma moto ou veículo estacionado na frente do mercado, deverão comunicar as autoridades”, disse.

A concorrida feira parisiense integra uma lista de potenciais alvos de uma rede terrorista que planejava atacar Paris em 1º de dezembro. Seis pessoas pertencentes a esta rede foram presas no final de novembro.

A França tem sido alvo nos últimos dois anos de uma série de atentados extremistas que deixaram 238 mortos. Desde o início de 2016, as autoridades frustraram 17 atentados, segundo o ministério do Interior.

‘Que o terror não afete as tradições’

A vizinha Bélgica, que sofreu um duplo ataque que deixou 32 mortos em 22 de março, reforçou na segunda-feira suas medidas de segurança no mercado de natal na praça central de Bruxelas.

Em Antuérpia, segunda cidade do país, as autoridades pediram às equipes de polícia local e do exército que patrulham o mercado de Natal “Winter in Antwerpen” para redobrar a vigilância.

No Reino Unido, onde seis pessoas foram presas em meados de dezembro sob suspeita de preparar um ataque, as autoridades mantiveram o alerta “severo”, o segundo nível mais alto.

Em Birmingham (centro), barreiras foram erguidas nas últimas semanas em torno do maior mercado de Natal do país.

Na Itália, que é regularmente citada como um alvo potencial nos vídeos de propaganda do grupo Estado Islâmico (EI), as autoridades colocaram em prática há algumas semanas um plano para garantir a segurança durante as festas de fim de ano.

Na Áustria, as autoridades austríacas decidiram aumentar seus efetivos policiais, especialmente em Viena, cujas praças estão ocupadas por mercados natalinos.

O ministro do Interior do país, Wolfgang Sobotka, pediu à população que não permita que “o terror atinja as tradições”.

Um apelo também feito pela França, que pediu que as pessoas “saiam e se divirtam” para evitar o “clima de medo”.

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