A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciará, nesta terça-feira (20), sua decisão sobre a segurança da vacina Johnson & Johnson contra a covid-19, num momento em que a vacinação se estende a toda a população dos Estados Unidos.

A EMA, com sede em Amsterdã, marcou uma “coletiva de imprensa virtual sobre as conclusões da avaliação de segurança” desta vacina de dose única às 15h00 GMT (12h00 de Brasília).

Trata-se de uma decisão importante, uma vez que vários países europeus contam com esta vacina para acelerar suas campanhas de imunização.

Paralelamente, o comissário do Mercado Interno da União Europeia, Thierry Breton, garantiu nesta terça que o aumento da produção de vacinas contra a covid no bloco garantirá que os Estados-membros tenham doses suficientes para vacinar 70% dos adultos até meados de julho.

“Cinquenta e três fábricas produzem vacinas na UE. Nosso continente é agora o maior produtor do mundo depois dos Estados Unidos”, declarou em entrevista ao jornal francês Le Figaro.

Nos Estados Unidos, a vacina da Johnson & Johnson deve receber uma nova autorização, talvez acompanhada de “restrições”, segundo o consultor médico da Casa Branca Anthony Fauci, que disse que um anúncio será feito na sexta-feira.

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As autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram na semana passada uma “pausa” no uso da Johnson & Johnson após a detecção de casos graves de coágulos sanguíneos em várias pessoas.

Esta vacina teve um novo contratempo nos Estados Unidos, onde as autoridades reguladoras ordenaram na segunda-feira a suspensão da produção em uma fábrica, onde 15 milhões de doses foram danificadas.

A Índia, que na segunda-feira confinou os habitantes da capital, decidiu “permitir que todos os maiores de 18 anos sejam vacinados a partir de 1º de maio”, segundo o ministério da Saúde.

Mas até sábado, apenas 117 milhões de doses haviam sido aplicadas. O país, com 1,3 bilhão de habitantes, registrou um recorde de 273.810 infecções na segunda, o quinto dia consecutivo com mais de 200.000 casos.

No Japão, a prefeitura de Osaka pediu ao governo central a imposição de um novo estado de emergência devido ao grande aumento nas infecções por covid-19.

“Acho que é hora de tomar medidas firmes”, disse Hirofumi Yoshimura, o governador da cidade, nesta terça-feira.

Tóquio e outras áreas também devem adotar medidas restritivas na esperança de evitar a crise que o sistema de saúde de Osaka enfrenta.

– 50% dos adultos vacinados nos EUA –

Nos Estados Unidos, a gigantesca campanha de vacinação continua a todo vapor, com 50,4% dos maiores de 18 anos inoculados com uma primeira dose, enquanto 32,5% já estão totalmente vacinados, número que sobe para 65,9% entre os maiores de 65 anos.


Mais de 131,2 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose no país mais afetado pela pandemia em termos absolutos – com mais de 567.000 mortes e 31 milhões de infecções.

“Por favor, vacine-se”, disse em um vídeo o presidente Joe Biden, que havia anunciado no início de abril que todos os americanos adultos seriam elegíveis para serem vacinados a partir desta segunda-feira.

Enquanto isso, na América Latina, a pandemia continua fazendo estragos.

O Peru, que registrou pela primeira vez no domingo mais de 400 mortes em 24 horas, afetado pela variante brasileira do vírus, voltou a impor uma quarentena dominical obrigatória em Lima e em 41 das 196 províncias peruanas a partir de 25 de abril.

A Colômbia registrou 420 mortes, o maior número reportado em um único dia desde que a pandemia estourou, 13 meses atrás, enquanto o governo estendeu o confinamento em suas principais cidades até 3 de maio.

Para conter a propagação de variantes do vírus, a França anunciou na segunda que vai impor uma multa de 1.500 euros (US $ 1.800) aos viajantes do Brasil, Argentina, Chile e África do Sul que não cumprirem a quarentena obrigatória de 10 dias na chegada ao território francês.

Enquanto isso, Austrália e Nova Zelândia vislumbraram a normalidade na segunda-feira, depois da abertura de um corredor de viagens sem quarentena após quase 400 dias de fechamento de fronteiras.

Para Lorraine Wratt, uma neozelandesa bloqueada pela pandemia quando estava com sua família na Austrália, é “fantástico” poder viajar novamente. “Viemos para a Austrália para passar o Natal com nossos filhos (…) Planejávamos voltar em fevereiro, mas foi um pesadelo”, disse.

O coronavírus já matou mais de três milhões de pessoas e infectou 142 milhões no mundo.

Na Europa, vários países, atentos ao esgotamento da população, se preparam para afrouxar as restrições sanitárias. Será o caso esta semana na Bélgica, Eslovênia, Eslováquia, Mônaco e Dinamarca, entre outros.

Portugal deu início na segunda à terceira fase do progressivo desconfinamento, com a reabertura de centros comerciais, o interior de cafés e restaurantes, salas de espetáculos e universidades.

A Suíça também iniciou a semana autorizando a abertura de espaços ao ar livre em restaurantes, cinemas, instalações esportivas e aulas presenciais em universidades.


E a Grécia suspendeu a quarentena obrigatória de sete dias para viajantes “residentes permanentes” na União Europeia, bem como no Reino Unido, Estados Unidos e Israel.


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