Europa e aliados se reúnem para articular apoio à Ucrânia

Reunião foi convocada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para discutir ação conjunta contra guerra conduzida pela Rússia e preencher lacuna deixada pelos Estados Unidos.O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, convocou para este sábado (15/03) uma reunião virtual com 25 líderes europeus e outros aliados para discutir maneiras de apoiar a Ucrânia e um processo de cessar-fogo com a Rússia.

Assim como a França, o Reino Unido tem apoiado a ação conjunta do que chama de "coalizão dos dispostos" – grupo de nações ocidentais, incluindo Europa, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, mas não os Estados Unidos, comprometido em ajudar a Ucrânia antes de qualquer acordo de paz e, depois disso, garantir a segurança do país.

Durante a reunião, Starmer disse que a coalizão precisa assumir compromissos concretos para apoiar a Ucrânia e aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para aceitar um cessar-fogo. Ele busca ofertas de apoio logístico, financeiro ou militar a Kiev, para colocar o país invadido pela Rússia em posição forte para as negociações.

"Se Putin está falando sério sobre a paz, é muito simples, ele tem que parar seus ataques bárbaros contra a Ucrânia e concordar com um cessar-fogo", disse Starmer durante a vídeoconferência.

"Minha impressão é que, mais cedo ou mais tarde, ele terá que se sentar à mesa e participar de uma discussão séria", disse Starmer.

Garantias de segurança

Desde que o presidente americano Donald Trump passou a negociar com a Rússia e interrompeu ajudas à Ucrânia, Keir Starmer tentou agir como uma ponte entre a Europa e os Estados Unidos.

Depois da conversa deste sábado, o líder britânico deve continuar a tentar influenciar Trump para obter garantias de segurança.

"Temos que continuar avançando e nos preparando para uma paz que seja segura e duradoura", disse Starmer. "Isso significa fortalecer a Ucrânia para que ela possa se defender em termos de capacidade militar, em termos de financiamento."

Ele pediu também que Washington ofereça "apoio" de segurança a essas forças, uma medida que ele acredita ser essencial para impedir Putin de atacar novamente.

Donald Trump disse que havia uma "chance muito boa" de a guerra chegar ao fim depois que seu enviado a Moscou, Steve Witkoff, teve uma longa reunião com Putin na noite de quinta-feira.

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski, que participou da reunião virtual deste sábado, também disse que vê "uma boa chance" de acabar com a guerra, tendo "sólidos entendimentos de segurança" com os parceiros europeus.

Ele disse que estava discutindo com os aliados de Kiev futuras garantias de segurança e também apoio econômico, acrescentando que seria necessária defesa aérea como dissuasão em um acordo de paz.

Na quinta-feira, Putin disse que a Rússia apoiava uma proposta dos EUA para um cessar-fogo em princípio, mas que os combates não poderiam ser interrompidos até que uma série de condições fossem atendidas.

Ele disse que quer que a Ucrânia abandone suas ambições de se juntar à Otan e que a Rússia controle todas as quatro regiões ucranianas que reivindicou como suas, e que o tamanho do exército ucraniano seja seja limitado – exigências rejeitadas por Kiev.

sf (Reuters, ots)