A Europa pode enfrentar consequências “catastróficas” derivadas da mudança climática se não tomar medidas urgentes e contundentes para se adaptar aos riscos, advertiu um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA) nesta segunda-feira (11).

A agência da União Europeia, encarregada de proporcionar informação confiável e independente sobre o meio ambiente, alertou que as regiões do sul da Europa são as mais expostas às consequências da mudança climática.

As consequências incluem incêndios, cortes de água e seus consequentes efeitos na agricultura, indica o primeiro relatório da agência sobre os riscos que o continente enfrenta.

Entre esses riscos, o organismo cita as inundações, a erosão e a intrusão salina que as regiões costeiras da Europa situadas em baixa altitude enfrentam.

“Muitos desses riscos alcançaram níveis já críticos e poderiam chegar a ser catastróficos se não tomarem medidas urgentes e contundentes”, destacou a AEMA.

A agência advertiu que o norte da Europa não se livrará desses impactos negativos, como demonstram as enchentes na Alemanha e os incêndios na Suécia nos últimos anos.

“O calor extremo, a seca, os incêndios florestais e as enchentes que ocorreram nos últimos anos irão piorar na Europa, inclusive em cenários otimistas de aquecimento global, e afetarão as condições de vida em todo o continente”, insistiu.

O relatório identifica 36 riscos climáticos importantes para a Europa, 21 dos quais requerem medidas imediatas e oito são “especialmente urgentes”.

Na liderança da lista está o risco vinculado aos ecossistemas, principalmente costeiros e marinhos.

A combinação de ondas de calor, acidificação e esgotamento de oxigênio dos mares ao lado de outros fatores de origem humana como a contaminação, a eutrofização [excesso de nutrientes que destrói o ecossistema aquático] e a pesca, ameaçam os ecossistemas marinhos, aponta o relatório.

“Isso pode provocar uma perda substancial de biodiversidade, incluindo episódios de mortalidade maciça e a diminuição dos serviços ecossistêmicos”, alerta o estudo.

Segundo a AEMA, a prioridade deve ser que os governos e a população reconheçam com unanimidade os riscos e entrem em acordo para fazer mais, mais rápido.

“Necessitamos fazer mais, ter políticas mais fortes”, insistiu Leena Yla-Mononen, diretora-executiva da AEMA.

A agência, contudo, também reconheceu os “progressos consideráveis” realizados pela UE e seus 27 Estados-membros no “conhecimento dos riscos climáticos que enfrentam e em sua preparação para enfrentá-los”.

Esses acontecimentos “são a nova normalidade”, declarou Yla-Mononen em uma coletiva de imprensa prévia à publicação do estudo.

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