Seis meses após início da campanha, imunização decola em grande parte da União Europeia. Em muitos países, como Alemanha e França, todos os adultos já podem se vacinar. Quando, poucos dias antes do Natal, a Comissão Europeia aprovou pela primeira vez uma vacina para a covid-19, da BioNTech/Pfizer, foi um avanço no bloco. Logo, em 27 de dezembro, a maioria dos países europeus começou a vacinação.

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Desde então, o imunizante foi administrado dezenas de milhões de vezes em toda a Europa, junto às vacinas da AstraZeneca, Moderna e Johnson & Johnson, que completaram o portfólio de vacinas permitidas na União Europeia.

Mas em quais países a campanha de vacinação vem avançando particularmente bem, e onde ela ainda é lenta?

Alemanha

Edith Kwoizalla, de 101 anos, moradora de um asilo na Saxônia-Anhalt, foi a primeira pessoa na Alemanha a receber a vacina. E ela o fez um dia antes do lançamento oficial da campanha, em 27 de dezembro. A campanha de vacinação teve um início lento, devido à falta de doses.

No início, as vacinas eram dadas apenas nos centros de vacinação, depois começaram a ser aplicadas também por médicos da família e especialistas. As primeiras semanas e meses podem ter tirado o sono do ministro da Saúde, Jens Spahn. Muitas pessoas que queriam ser vacinadas reclamaram do caos no processo de agendamento e das horas de espera nas linhas telefônicas de atendimento.

Ao contrário dos EUA, por exemplo, a Comissão Europeia não havia conseguido pré-encomendar vacinas suficientes quando ainda estavam na fase de testes. A chanceler federal Angela Merkel fez da campanha uma prioridade máxima e convocou várias “cúpulas sobre vacinação” – sem nenhum sucesso retumbante.

Foi somente no segundo trimestre que a campanha realmente decolou. De acordo com o Instituto Robert Koch, cerca da metade da população na Alemanha recebeu atualmente pelo menos uma dose. Hoje, todos os adultos podem ser vacinar.

França

“Somos muito lentos, muito complexos, muito burocráticos. Precisamos ser mais rápidos”, disse o presidente do segundo maior país da UE, Emmanuel Macron, no final de março aos colegas europeus.

Na França, também, a campanha de vacinação foi melhorando ao longo dos meses. Semelhante a outros países, havia uma lista de prioridades segundo a qual as pessoas mais velhas e, portanto, particularmente vulneráveis, deveriam ser vacinadas com prioridade.

A França abriu a vacinação para todos os adultos em 1º de junho, e para as crianças acima de 12 anos a partir de 15 de junho. A pressa foi enorme, mas foi tudo relativamente bem organizado. Até agora, cerca de 50 milhões de doses foram administradas, e um quarto dos franceses foi vacinado duas vezes.

Um revés para França: ela ainda não conseguiu levar sua própria vacina para o mercado. A vacina do grupo francês Sanofi ainda se encontra em fase de testes.

Itália

As imagens de Bergamo na primavera de 2020 rodaram o mundo: filas fora dos hospitais, médicos e enfermeiros exaustos, unidades de terapia intensiva sobrecarregadas, e corredores inteiros cheios de caixões de vítimas do coronavírus. A província no norte da Itália foi um dos primeiros epicentros da covid-19 no continente.

Agora, 17 dos 60 milhões de pessoas da Itália já têm proteção total contra a vacinação.
Mas a vontade de se vacinar entre os italianos parece estar se esvaindo: na semana passada, o primeiro-ministro Mario Draghi fez um apelo: “A pior coisa que você pode fazer é não se vacinar ou só tomar uma dose”, disse.

Especialistas dizem que o pano de fundo do declínio é a decisão do governo de recomendar a AstraZeneca, que enfrenta desconfiança por raramente causar efeitos colaterais, apenas para maiores de 60 anos.

Muitos vacinados com a primeira dose estão agora recebendo um imunizante diferente em vez da AstraZeneca para a segunda vacinação. Até mesmo Draghi teve que admitir que ele também recebeu uma vacina diferente para a segunda dose.

Malta

O menor país da UE é também o campeão europeu em vacinação. No final de maio, o ministro da Saúde, Chris Fearne, anunciou que Malta havia atingido a meta preliminar de vacinação de 70% da população – o primeiro país da Europa a fazê-lo. Especialistas supõem que, neste nível, a chamada imunidade do rebanho tenha sido alcançada.

Mas como o pequeno país conseguiu isso? Malta, também, só lançou sua campanha de vacinação no final de dezembro e, além disso, não celebrou contratos separados com os fabricantes. No entanto, o governo foi rápido em solicitar quantidades residuais que não foram solicitadas por outros Estados. E em um país pequeno como Malta, com uma população de apenas 440 mil habitantes, mesmo pequenas cotas extras fazem uma grande diferença. Além disso, as rotas de entrega são mais curtas em um país pequeno, e muitas outras coisas podem ser organizadas mais rapidamente.

Reino Unido

Em janeiro de 2020, pouco antes do início da pandemia, o Reino Unido havia deixado a União Europeia – e, portanto, fez sua própria história na pandemia. Já no dia 8 de dezembro, três semanas antes da UE, os britânicos começaram a vacinação, principalmente com a vacina da AstraZeneca.

Desde então, o resto da Europa teve que reconhecer que a campanha de vacinação britânica é considerada um grande sucesso. Uma razão para isso é que, como não é membro da UE, o país não estava vinculado aos procedimentos de aprovação e quotas de distribuição da Comissão Europeia.

Metade dos britânicos já foram vacinados duas vezes, e cerca de 80% receberam pelo menos uma dose.

A variante delta, detectada pela primeira vez na Índia, aumentou recentemente a vontade dos britânicos de serem vacinados. Desde 18 de junho, todos com mais de 18 anos também puderam marcar horário para se vacinar, e mais de um milhão de registros foram feitos já nos primeiros dois dias após o fim da fila de prioridades.

Entretanto, isso não significa a imediata volta à liberdade para os britânicos: devido à variante delta, que está se espalhando rapidamente especialmente entre os jovens no Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson adiou o levantamento de todas as restrições, originalmente previsto para 21 de junho, por um período inicial de quatro semanas.

Bulgária

O atrasado na vacinação europeia é um país do sudeste da UE: a Bulgária. Em 27 de dezembro, o ministro da Saúde, Kostadin Angelov, foi o primeiro cidadão búlgaro a ser vacinado. Mas muitos búlgaros ainda estão céticos em relação à vacinação.

O sistema de saúde na Bulgária, o mais pobre de todos os países da UE, é relativamente fraco. Isso explica porque um número acima da média de pessoas infectadas com coronavírus morreu. De acordo com uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins, a Bulgária tem a maior taxa de “fatalidade de casos” dentro da UE, com 4%. Especialistas dizem que um dos motivos é que profissionais de medicina deixaram o país em direção ao ocidente.

Atualmente, pouco mais de 10% da população da Bulgária está totalmente vacinada, de acordo com o banco de dados da Universidade de Oxford.