BRUXELAS, 8 MAI (ANSA) – O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, anunciou nesta sexta-feira (8) que o Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças da zona do euro, fechou um acordo sobre os detalhes de empréstimos que o bloco oferecerá aos estados-membros afetados pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).   

Em uma publicação no Twitter, o político francês explicou que o tratado prevê “uma linha de crédito de 240 bilhões de euros para os Estados que desejam atender às necessidades de financiamento vinculadas à Covid-19”.   

Segundo Le Maire, a verba será disponibilizada pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES), fundo de resgate da UE, e os pedidos do Suporte de Crise Pandêmica poderão ser feitos até 31 de dezembro de 2020, começando a partir de 1º de junho.   

“O Eurogrupo confirma que o MES poderá oferecer financiamento de 2% do PIB a uma taxa quase zero para os custos diretos e indiretos de assistência médica e prevenção relacionados à Covid-19”, afirmou o ministro da Economia da Itália, Roberto Gualtieri, no Twitter.   

Em comunicado, o Eurogrupo promete custos “favoráveis”, “adaptados à natureza excecional desta crise”, e inclui um “máximo de 10 anos para a maturidade média dos empréstimos”.   

Apesar da decisão, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, enfatizou, durante discurso no Estado da União, que atualmente “o desafio crucial é traduzir o sinal político do Fundo de Recuperação em realidade, antes que seja tarde demais para as economias e para a sociedade do país”.   

Conte ressaltou que o Fundo deve ser criado o mais rápido possível, oferecendo um trilhão de euros para ajudar a União Europeia a sair da crise causada pelo coronavírus. “A crise da Covid-19 é um desafio grave e sem precedentes para a União Europeia e torna mais necessária uma abordagem ao projeto europeu à prova do futuro”, afirmou.   

O premier italiano ressaltou que o continente europeu “só prevalecerá se for capaz de permanecer unido e realizar uma coordenação e uma resposta baseada no princípio fundamental da solidariedade”.   

Para ele, o programa SURE, o Banco Europeu de Investimento e o Mecanismo Europeu de Estabilidade são “insuficientes” e que o Fundo de Recuperação é essencial.   

Por fim, Conte ressaltou que um fundo de um trilhão de euros estaria alinhado às necessidades financeiras da UE e que deve ser criado no segundo semestre deste ano. “Ou todos vencemos juntos ou todos perdemos juntos”, afirmou. (ANSA)