Os deputados do Parlamento Europeu rejeitaram, nesta quarta-feira (22), um projeto legislativo que pretendia reduzir à metade o uso de pesticidas na União Europeia até 2030, uma votação que obriga a Comissão Europeia a apresentar um novo texto.

Esta proposta havia sido aprovada na comissão de Meio Ambiente no final de outubro, mas na sessão plenária esbarrou na firme oposição do Partido Popular Europeu (PPE, conservador) e foi rejeitada por 299 votos contra, 207 a favor e 121 abstenções.

A eurodeputada francesa Marie Toussaint, dos Verdes, lamentou nas redes sociais que “a direita e a extrema direita torpedearam a adoção do regulamento relativo aos pesticidas”.

Já o legislador alemão Pieter Liese, do PPE, ressaltou que “hoje é um bom dia para os agricultores”.

Para a relatora do texto, a deputada ambientalista austríaca Sarah Wiener, é “um dia sombrio” para o setor agrícola.

Christian Lambert, chefe do órgão que reúne agricultores franceses, o FNSEA, afirmou que “o Parlamento Europeu finalmente reconheceu que a regulamentação dos pesticidas estava mal calibrada, irrealista e subfinanciada”.

O Parlamento também rejeitou, por estreita margem, uma moção que pedia o retorno da proposta à Comissão de Meio Ambiente.

Isto significa que o texto proposto não tem praticamente nenhuma hipótese de sucesso nesta legislatura, uma vez que as eleições para o Parlamento Europeu ocorrerão em junho de 2024.

Ao votar contra o texto, o PPE e os outros partidos de direita pretendem ganhar o voto dos agricultores europeus no próximo ano.

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