Euro cai com discurso de Draghi e dólar avança na véspera de PIB dos EUA

O euro chegou ao final da tarde desta quinta-feira, 26, em queda ante a maioria das moedas, após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sinalizar com a manutenção da postura “dovish” (favorável à manutenção de juros). O dólar, por sua vez, subiu de forma generalizada com a expectativa com crescimento dos Estados Unidos, cuja taxa será conhecida amanhã.

Com os juros mantidos e a reafirmação de que um aumento na taxa básica virá somente no verão de 2019 no Hemisfério Norte, o BCE não agradou investidores que esperavam um desfecho que indicasse, ainda que levemente, uma retirada de estímulos.

O presidente do BCE falou que ainda são necessários estímulos significativos para apoiar inflação e afirmou que os juros seguirão nos níveis atuais pelo menos até verão local de 2019 (inverno no Brasil).

“Esperamos que as taxas de juros sejam elevadas em setembro de 2019, o que é semelhante ao momento implícito nos mercados. Mas ainda achamos que uma recuperação sustentada do euro em relação ao dólar está em jogo no ano que vem. Nossas projeções são de que as taxas subam um pouco mais rápido do que os investidores estão antecipando após a primeira alta”, comentou, em nota enviada a clientes, o analistas Oliver Jones, da Capital Economics.

Assim, no final da tarde em Nova York, o euro caía para US$ 1,1648, 129,52 ienes e 0,8886 libra esterlina.

O salto do dólar em relação ao euro relembrou os agentes sobre a continuidade do aperto monetário em solo americano. “Especuladores abandonaram a ideia de reduzir as posições em dólar no segundo trimestre à medida que a diferença entre as políticas dos bancos centrais e os fluxos dos mercados emergentes superaram o medo de que os déficits gêmeos dos EUA se ampliassem”, disse o economista Ken Loong Hoe, da Continuum Economics, em nota a clientes.

Por sua vez, o dólar subiu também ante as demais moedas principais, diante da expectativa em torno do PIB dos EUA no segundo trimestre. O indicador será divulgado amanhã às 9h30 (de Brasília) e os analistas consultados pela Dow Jones Newswires projetam avanço de 4,4% em termos anualizados, puxado pelo avanço do consumo e pela antecipação de encomendas devido à guerra comercial com a China.

O dólar subiu para 111,22 ienes ao passo que a libra recuou para US$ 1,3111 e 1,3078 dólar canadense.