O euro era negociado nesta segunda-feira (22) abaixo da paridade com o dólar, no menor nível desde 2002, ano de sua entrada em circulação, afetado por uma crise energética que ameaça de recessão a Europa.

A moeda americana, ao contrário, beneficiou-se dos aumentos da taxa básica de juros do Federal Reserve (banco central americano), de forma que o euro era negociado em baixa de 0,96% por volta das 15H30 GMT (12h30 de Brasília), a 0,9941 dólar.

A economia dos Estados Unidos parece menos afetada pela guerra na Ucrânia do que a europeia, de forma que o Fed possui maior margem de manobra para endurecer sua política monetária, o que se reflete no fortalecimento do dólar.

Para a Europa, isto significa o encarecimento das importações e, em particular, das matérias-primas, como o petróleo, cotadas em dólares, o que aprofunda a inflação, que castiga os consumidores e as empresas no Velho Continente.

“A espada de Dâmocles que pende sobre a Europa vai continuar aí”, comentou Kit Juckes, analista do banco francês Société Générale.

Por sua vez, o presidente do Fed (banco central americano), Jerome Powell, dará novos indícios de sua política econômica na próxima sexta-feira, durante o encontro de dirigentes de bancos centrais no simpósio de Jackson Hole, Estados Unidos.

“O encontro de Jackson Hole dará uma nova oportunidade para o Fed convencer o mercado”, avaliou Ulrich Leuchtmann, analista do Commerzbank.