O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Macedo Júnior, se entregou neste sábado, 15, à Polícia Federal (PF) após passar quatro dias foragido. Ele ficará sob custódia até ser encaminhado ao sistema penitenciário.

+ Dirigente é suspeito de se apropriar de helicóptero e esvaziar contas de partido

Eurípedes é investigado no âmbito da operação Fundo do Poço. Segundo a PF, o Solidariedade teria utilizado candidaturas laranjas ao redor do país, superfaturado serviços de consultoria jurídica e desviado recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação criada pelo PROS, partido que se fundiu com o Solidariedade.

As autoridades estimam que R$ 36 milhões teriam sido desviados. A operação também apura o desaparecimento de um helicóptero do PROS avaliado em R$ 3,5 milhões.

Além de Eurípedes, outros ex-dirigentes e ex-candidatos da sigla nas eleições de 2022 também foram alvos da operação nesta semana. São eles:

  • Cintia Lourenço da Silva, tesoureira do Solidariedade no Distrito Federal;
  • Alessandro Souza da Silva, candidato a deputado em 2022;
  • Felipe Antônio Espírito Santo;
  • Fabrício George Gomes dos Santos;
  • Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena;
  • Jarmisson Goncalves de Lima.

O presidente do Solidariedade ainda chegou a ser incluído na lista da difusão vermelha da Interpol após ter sido considerado foragido.

Em nota, a defesa do presidente do Solidariedade, representada pelos advogados José Eduardo Martins Cardozo e Fabio Tofic Simanthob, afirma que o dirigente se apresentou à PF do Distrito Federal “para permitir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor” e que Eurípedes “demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva”.

Também em nota enviada à IstoÉ, o Solidariedade afirmou que Eurípedes solicitou, no dia 14, licença por prazo indeterminado da presidência do partido. Desta forma, o vice-presidente nacional do partido, Deputado Federal Paulo Pereira da Silva, assume a presidência nacional da legenda.

“Ressaltamos ainda que os fatos que estão sob investigação são anteriores à incorporação do PROS pelo Solidariedade – que aconteceu em 2023, razão pela qual o partido desconhece quaisquer informações a respeito, além daquelas que estão sendo amplamente divulgadas pela imprensa”, diz a sigla.