21/09/2019 - 3:00
Lei Brasileira de Inclusão (LBI) considera pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que possa obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
A inclusão é um projeto social, mas quero deter-me no campo educacional. Creio que enquanto não melhorarmos nossa educação, não chegaremos à uma sociedade plena de direitos e sem desigualdades.
Segundo dados do Censo Escolar, na Educação Básica, o índice de inclusão de pessoas com deficiência em classes comuns chegou a 90,9% em 2017. Porém, a maior parte dos alunos com deficiência não tem acesso ao atendimento educacional especializado. Será, então, que a qualidade acompanha o crescimento do número de matrículas? O problema começa nos cursos de formação de professores.
Não só os novos professores, mas os que já atuam sentem-se desamparados, sem condições para o exercício do magistério. Não é de hoje que estudos acadêmicos debruçam-se sobre a precariedade da formação do professor. Invariavelmente, sugerem que o docente precisa ser formado a partir de seu espaço de prática: a sala de aula. A questão é muito complexa, não parece simples resolvê-la. Muitas vezes a solução parece estar na esfera do intangível, do inexpugnável.
No entanto, como professor que leciona para futuro docentes, trago algumas sugestões. No campo social, é imprescindível uma política de valorização do magistério a partir de salários dignos. No campo formativo, é preciso estabelecer um vínculo mais próximo entre teoria e prática, que poderia ser por meio de “estudos de caso”, e tratar o tema de forma mais transversal, introduzindo abordagens inclusivas em disciplinas como Didática e Estágio. Acredito que na educação, assim como na vida, apesar das dificuldades, ainda é possível chegar à primavera.