O Conselho de Segurança da ONU realizou sua quarta reunião de emergência sobre o conflito israelo-palestino em oito dias nesta terça-feira(18), sem emitir uma declaração conjunta, porque os Estados Unidos continuam a se opor, considerando que isso não ajudaria a reduzir a escalada da violência, segundo informaram diplomatas à AFP.

“Não acreditamos que uma declaração pública neste momento contribuirá para a desaceleração”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, nesta sessão a portas fechadas, comentou um diplomata sob condição de anonimato.

De acordo com outras fontes diplomáticas, os três países que solicitaram a reunião e à mobilização da ONU por mais de uma semana, China, Tunísia e Noruega, não compartilharam previamente com seus parceiros do Conselho uma minuta de uma nova declaração a ser discutida nesta nova reunião.

Desde 10 de maio, os Estados Unidos já rejeitaram três minutas de texto de declaração elaboradas por esses três países, pedindo o fim da violência na região.

Esta nova sessão do Conselho durou menos de uma hora e, ao contrário das anteriores, não contou com a apresentação dos últimos acontecimentos do enviado da ONU ao Oriente Médio, Tor Wennesland, que teve de enfrentar outro compromisso.

“Com relação à ação futura do Conselho de Segurança, devemos avaliar se alguma ação ou declaração em particular promoverá as perspectivas de acabar com a violência”, reafirmou o embaixador dos Estados Unidos na ONU.

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“Nosso objetivo tem sido e continuará sendo um intenso compromisso diplomático para acabar com essa violência”, disse Linda Thomas-Greenfield, rejeitando as críticas de seus parceiros do Conselho sobre o veto dos Estados Unidos e a falta de ação do órgão responsável pela promoção da paz mundial.

A representante dos EUA, que detém o posto de ministra, disse que desde o início da crise, a administração democrata fez “cerca de 60 entrevistas telefônicas de alto nível realizadas por funcionários dos EUA, incluindo o presidente Joe Biden.”

Em um comunicado divulgado após a reunião, sua contraparte irlandesa, Geraldine Byrne Nason, lamentou que o Conselho de Segurança ainda não tenha conseguido falar a uma só voz.

“O conflito continua, tem um impacto humanitário extremamente devastador. O Conselho de Segurança ainda não disse uma palavra publicamente. Os membros do Conselho têm uma responsabilidade coletiva pela paz e segurança internacionais. Chegou a hora de o Conselho intervir, romper seu silêncio e se expressar”, destacou.


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