WASHINGTON, 19 NOV (ANSA) – Em uma decisão histórica, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (18) que passam a considerar legais os assentamentos israelenses na Cisjordânia.   

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, segundo o qual a decisão permite que israelenses e palestinos negociem livremente o status dos assentamentos.   

“Argumentos sobre quem está certo e quem está errado pelo direito internacional não trarão paz”, disse Pompeo. “Chamar os assentamentos civis de inconsistentes com a lei internacional não fez a causa pacífica avançar”, ressaltou. Os assentamentos são comunidades de civis construídas por Israel em áreas ocupadas da Cisjordânia após a Guerra dos Seis Dias, de 1967. Cerca de 500 mil pessoas vivem em assentamentos atualmente. Como o território é reivindicado pelos palestinos como uma área para a formação de seu Estado, os palestinos rechaçam reiteradamente as construções israelenses na região. A nova postura adotada pelos EUA contraria uma política que vigorava há 41 anos no país, desde o governo de Jimmy Carter, que considerava os assentamentos em território ocupado “incompatível com o direito internacional”.   

Resoluções das Nações Unidas também afirmam que os assentamentos são ilegais, com base na Quarta Convenção de Genebra, que proíbe “a deportação ou transferência de partes de uma população civil” de um país para outro território ocupado por ele. Esta é a terceira decisão do governo de Donald Trump favorável às reivindicações de Israel e pode ser considerada uma vitória para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta um impasse político e corre contra o tempo para formar um novo governo. Especialistas temem que a medida possa prejudicar ainda mais as negociações de paz na região. O porta-voz da Autoridade Palestina, Nabil Abu Rdeneh, disse que “o governo dos EUA perdeu credibilidade para participar de qualquer parte dos processos de paz no futuro”. (ANSA)


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