A Marinha dos Estados Unidos realiza entre os meses de janeiro e fevereiro, quando as temperaturas ficam mais baixas, o programa de treinamento conhecido como “semana do inferno”. Durante cinco dias e meio, os aspirantes a SEAL – grupo de militares especiais das Forças Armadas – realizam duras provas de resistência. As informações são do G1.
Esse treinamento é o programa mais duro e exigente que existe. O seu objetivo, segundo a Marinha, “é eliminar os fracos e não comprometidos”.
Apenas um em cada quatro candidatos, o que equivale a 25%, conseguem completar todos os desafios.
Os aspirantes têm 20 horas de provas físicas e somente quatro de sono. Todos os desafios são realizados durante o inverno e nas praias da Califórnia.
“Começa com uma exploração. Há munições simuladas, disparos e explosões para começar a semana com certa intensidade”, afirmou a Marinha dos Estados Unidos.
Nos primeiros desafios, os candidatos devem correr cerca de 320 km, nadar, remar e fazer centenas de flexões e abdominais.

Depois, no desafio “boat PT”, eles devem carregar uma lancha inflável pesada na cabeça.

Isso tudo além de permanecer algumas horas imóveis na beira do mar enquanto são atingidos pelas fortes ondas da Califórnia.
“Os participantes fazem vários testes que requerem que pensem, liderem, tomem decisões acertadas e operem quando estão extremamente privados de sono, perto da hipotermia ou quase alucinando”, relatou a Marinha.
Preparo antecipado
Como não se trata apenas de uma prova física, a Marinha ressaltou que não adianta tentar se preparar com antecedência. Alguns candidatos ficam horas sem dormir e se expõem ao frio alguns meses antes do treinamento.
“Os atletas inteligentes focam em se condicionar e se manter saudáveis para assegurar que seus corpos tenham força e resistência para aguentar o exercício quando necessário.”
Além da “semana do inferno”, os candidatos devem passar por mais três fases, para assim se tornarem membros da Marinha dos Estados Unidos.
Mortes
No dia 4 de fevereiro deste ano, o aspirante Kyle Mullen morreu após ser internado em um hospital na Califórnia.
Segundo a Marinha, o jovem completou com êxito todo o treinamento da “semana do inferno” e ressaltou que a causa da morte é desconhecida e está sendo investigada.
No entanto, esse não foi o único caso. Em 2016, um jovem morreu afogado durante o treinamento. Há suspeitas de que tenha sido um homicídio cometido por um instrutor.
Um outro jovem se suicidou após desistir da “semana do inferno” por ter ficado mais de 50 horas sem dormir.