11/12/2024 - 13:37
A Rússia poderia atacar “nos próximos dias” o território da Ucrânia com o míssil Oreshnik, que Moscou usou pela primeira vez no mês passado, informou um funcionário americano nesta quarta-feira (11).
“A Rússia tem assinalado sua intenção de lançar outro míssil experimental Oreshnik contra a Ucrânia, potencialmente nos próximos dias”, assinalou o funcionário, sob a condição do anonimato.
O poderio do Oreshnik
Em novembro, a Rússia disparou pela primeira vez um míssil balístico de alcance intermediário contra a Ucrânia. Trata-se de uma arma com capacidade nuclear e cuja existência era desconhecida.
O presidente russo, Vladimir Putin, explicou que se trata de um míssil balístico de “alcance médio”, o que implica que pode atingir alvos em um intervalo de 3.000 a 5.500 km.
“Oreshnik” não se enquadra na categoria de mísseis intercontinentais (que podem atingir alvos a mais de 5.500 km), mas, se disparado a partir do extremo oriente russo, poderia atingir a costa oeste dos Estados Unidos.
“Oreshnik [também] pode ameaçar quase toda a Europa”, afirmou Pavel Podvig, pesquisador do Instituto das Nações Unidas para Pesquisa sobre Desarmamento (Unidir) em Genebra, em entrevista ao veículo Ostorozhno Novosti.
Até 2019, a Rússia e os Estados Unidos tinham a proibição de colocar em serviço esse tipo de míssil, em virtude do tratado sobre forças nucleares de alcance intermediário, assinado durante a Guerra Fria, em 1987.
Mas, em 2019, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou Washington do pacto, acusando Moscou de violá-lo e abrindo caminho para uma nova corrida armamentista.
“Oreshnik” é “baseado em um modelo russo de míssil balístico intercontinental RS-26 Rubezh”, explicou a porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, à imprensa.
“Esse sistema é bastante caro e não é produzido de maneira massiva”, afirmou no Telegram o especialista militar Ian Matveyev, que garantiu que o míssil pode carregar uma carga explosiva de “várias toneladas”.
O programa de armamento RS-26 Rubezh, cuja primeira tentativa bem-sucedida ocorreu em 2012, foi suspenso em 2018, segundo a agência estatal TASS, por falta de recursos para realizar esse projeto “simultaneamente” com o desenvolvimento dos sistemas hipersônicos de nova geração Avangard.
Estes últimos são supostamente capazes de atingir um alvo em quase qualquer lugar do mundo.