A pandemia castigou as finanças de milhões de famílias americanas que enfrentam dificuldades para pagar seus aluguéis, levantando preocupações sobre uma grande onda de despejos caso o Congresso não chegue rapidamente a um acordo sobre novos auxílios.

A crise imobiliária “já parece um tsunami”, afirma Bambie Hayes-Brown, da coalizão de associações Georgia Advancing Communities Together.

Essas organizações, que tentam ajudar as famílias com problemas de moradia na Geórgia, no sul do país, gastaram rapidamente os auxílios recebidos desde o início da pandemia. “Ficamos cheios de pedidos” de auxílio, disse Hayes-Brown.

Segundo os dados do escritório do Censo, cerca de 30% dos americanos afirmam ter pouca ou nenhuma confiança em sua capacidade de pagar o aluguel no mês seguinte.

Até 40 milhões de pessoas podem ser despejadas nos próximos meses, calcula o centro de reflexão Aspen Institute.

– Fim das moratórias –

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Em alguns casos, os inquilinos deixaram de pagar seus aluguéis há meses, mas as moratórias sobre as expulsões decretadas em vários estados estão sendo levantadas pouco a pouco.

O auxílio de US$ 600 por semana concedido pelo governo federal às pessoas que perderam sua renda terminou em 31 de julho.

“Sem os 600 dólares, ninguém consegue pagar o aluguel”, afirma Yudy Ramirez, que perdeu seu trabalho como faxineira em um hotel de Manhattan em março.

A ameaça é ainda mais forte nesses bairros populares onde vivem principalmente as minorias e onde a COVID-19 causou as maiores perdas de empregos.

Em Nova York, os despejos estão proibidos até 4 de setembro, mas os proprietários agora podem entrar com ações de despejo nos tribunais.

Os inquilinos nova-iorquinos têm, no entanto, o direito de suspender o pagamento de seu aluguel se houver algum problema na moradia.

– Falta de acordo –

Os republicanos e a oposição democrata no Congresso não conseguiram chegar a um projeto de auxílio comum.

Os democratas propõem dedicar US$ 100 bilhões aos aluguéis não pagos e estender o auxílio de US$ 600 semanais aos desempregados, propostas que os republicanos consideram generosas demais.

O presidente americano, Donald Trump, assinou na semana passada um decreto para ajudar os inquilinos e os proprietários afetados pela pandemia.

No entanto, para o coordenador da Coalizão Nacional pelo Direito a um Advogado, John Pollock, o decreto de Trump “não serve para nada”, já que não fornece imediatamente propostas nem recursos concretos.



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