O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, declarou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos têm esperança de reverter o golpe de Estado no Níger, mas que são “realistas”, um dia após a enviada do país não ter obtido progresso nas negociações.

“Temos esperança, mas, ao mesmo tempo, deixamos claro, inclusive em conversas diretas com os líderes da junta, quais serão as consequências de não retornar à ordem constitucional”, disse Miller.

Em entrevista à rede BBC divulgada hoje, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, duvidou que os mercenários russos do grupo Wagner, que se rebelou em junho contra o presidente Vladimir Putin, tenham planejado o golpe contra o presidente nigerino, o aliado do Ocidente Mohamed Bazoum.

“Acredito que o ocorrido, e o que continua acontecendo no Níger, não tenha sido instigado pela Rússia, nem pelo Wagner. Mas, em grande parte, tentam tirar proveito disso, e vemos se repetir o que aconteceu em outros países, onde eles só deixaram coisas ruins em seu rastro”, declarou Blinken. “Aonde quer que esse grupo Wagner tenha ido, morte, destruição e exploração vieram em seguida.”

O Wagner está presente no Mali e na República Centro-Africana, dois países que enviaram emissários ao Níger em solidariedade aos líderes do golpe.

O Níger tem sido base para as operações antijihadistas dos Estados Unidos e da França no Sahel, faixa que atravessa o continente africano de leste a oeste e é fortemente afetada pela pobreza, por conflitos e pelo crime organizado.

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