WASHINGTON, 27 NOV (ANSA) – O Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA suspendeu temporariamente o processamento de todos os pedidos de imigração de cidadãos afegãos, enquanto revisa protocolos de triagem e segurança.
A decisão anunciada nesta quinta-feira (27) é tomada após um tiroteio em Washington, perto da Casa Branca, supostamente cometido por um cidadão dessa nacionalidade.
Além disso, é tomada em meio a crescente tensão na capital, onde a presença de militares foi ampliada desde agosto, após o envio de mais de 2 mil soldados da Guarda Nacional por ordem da Casa Branca.
Ontem, dois soldados da Guarda Nacional foram baleados em uma área movimentada do centro de Washington, a cerca de dois quarteirões da Casa Branca, e estão em estado crítico.
O ataque ocorreu por volta das 15h (horário local), em uma região que costuma receber grande fluxo de turistas nesta época do ano devido ao “Dia de Ação de Graças”.
As informações foram confirmadas pelo diretor do FBI, Kash Patel, que negou declarações anteriores do governador da Virgínia Ocidental, segundo as quais os militares teriam morrido.
O presidente dos EUA, Donald Trump, não estava na residência oficial no momento ? ele passou o feriado prolongado em Mar-a-Lago, na Flórida.
O atirador foi identificado como Rahmanullah Lakanwal, 29 anos, segundo a CNN, que cita fontes oficiais. Migrante afegão que chegou aos Estados Unidos em 2021, ele morava no estado de Washington, na costa oeste, e teria agido sozinho.
Lakanwal havia trabalhado com as Forças Armadas dos EUA no Afeganistão antes de ser transferido ao país. A Fox News informou que o suspeito teria colaborado com o Exército e a CIA antes de chegar aos EUA, um mês após a retirada das tropas americanas do Afeganistão.
Ele recebeu autorizações especiais concedidas pelo governo Biden e havia obtido asilo neste ano. Lakanwal foi detido menos de 30 minutos após o ataque, em uma operação facilitada pela grande presença policial na região.
De acordo com a NBC News, o FBI investiga o ataque como um ato de terrorismo. As circunstâncias ainda estão sendo apuradas.
Segundo a CNN, os soldados teriam disparado primeiro e foram atingidos na troca de tiros ? não está claro se reagiram para impedir um possível atentado ou se eram o alvo inicial.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, classificou o episódio como “ataque direcionado” contra membros da Guarda Nacional.
Em pronunciamento nacional, o presidente Donald Trump condenou o ataque: “Este ato hediondo foi um crime contra toda a nossa nação. Os corações do povo americano estão com os dois membros da Guarda Nacional e suas famílias.” Trump afirmou que o Departamento de Segurança Interna está “convencido” de que o suspeito entrou no país durante o governo Biden e prometeu revisar todos os casos de afegãos admitidos desde 2021.
O presidente anunciou ainda a mobilização de mais 500 soldados da Guarda Nacional para reforçar a segurança em Washington: “Tornaremos a América totalmente segura novamente e levaremos o perpetrador deste ataque bárbaro à justiça.” A procuradora-geral Pam Bondi escreveu nas redes sociais que agentes federais estão no local e pediu orações pelos soldados feridos.
Em meio à tensão, o governo Trump pediu a um tribunal federal a suspensão urgente da decisão que determinou a retirada das tropas da Guarda Nacional de Washington. Na semana passada, a juíza federal Jia Cobb considerou ilegal o envio dos militares sem solicitação das autoridades locais. O novo pedido do governo não faz referência ao tiroteio. (ANSA).