Os Estados Unidos propuseram incluir no Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) a obrigatoriedade de revisar o pacto a cada cinco anos, disse nesta quinta-feira o secretário de Comércio Wilbur Ross.

Ele acrescentou que ele e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, querem incluir essa norma no Nafta, mas é preciso esperar para saber se vai ser aprovada na atual renegociação do acordo, iniciada em agosto.

“Nós apresentamos”, disse Ross, numa conferência organizada pelo portal de notícias Politico. “Se vai haver um acordo é uma outra questão”, pontuou.

Apesar de o Nafta já permitir que qualquer um dos três sócios – EUA, México e Canadá – saia do acordo com seis meses de antecedência, Ross disse que esse é um mecanismo melhor, porque iria requerer “um reexame sistemático” do acordo comercial.

Os prognósticos sobre os benefícios do Nafta, que está sendo renegociado pelo governo Trump, eram “tremendamente otimistas”, disse Ross.

Assim, uma revisão periódica proporcionaria “um âmbito para tentar consertar coisas que não funcionassem da forma que deveriam”, explicou.

O governo Trump deixou claro que, na renegociação do Nafta, seu objetivo principal é reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos e impedir uma fuga de empregos americanos.

Negociadores de Washington, Ottawa e Cidade do México já fizeram duas rodadas de conversas sobre a modernização do Nafta, um acordo de 23 anos. A terceira está prevista para acontecer no Canadá no fim deste mês e, em seguida, os encontros voltam para Washington.

Ross reiterou que os três países devem chegar a um acordo até o fim do ano, para que o calendário político regional não interfira nas negociações.

Em 2018, o México tem eleições presidenciais em julho, o Canadá tem eleições regionais em meados do ano, e os Estados Unidos realizam eleições legislativas em novembro.