EUA solicita ao Equador extradição do líder mafioso recapturado Fito

Os Estados Unidos pediram nesta terça-feira (8) ao Equador a extradição do principal narcotraficante do país, conhecido como Fito, que foi recapturado há duas semanas após fugir de uma prisão, informou a Corte Nacional de Justiça (CNJ), o supremo tribunal da nação sul-americana.

Depois de escapar de uma prisão em Guayaquil em janeiro de 2024, onde cumpria uma pena de 34 anos, Adolfo Macías voltou a ser capturado em sua cidade natal de Manta, um porto pesqueiro que é reduto de sua organização criminosa, Los Choneros, dedicada também ao tráfico de armas e aos assassinatos de aluguel.

A promotoria americana apresentou em abril sete acusações contra Fito, como tráfico de cocaína e armamento.

Através do Ministério das Relações Exteriores equatoriano, Washington apresentou ao presidente da CNJ, José Suing Nagua, o “pedido formal de extradição” de Fito, que “é requerido pela Justiça do país norte-americano”, assinalou o supremo equatoriano em comunicado.

O tribunal acrescentou que “o processo de extradição passiva será tramitado em conformidade com o ordenamento jurídico equatoriano”.

Antes de fugir, Fito estava na prisão desde 2011. Ele será o primeiro equatoriano a ser extraditado após a aprovação da entrega de nacionais em um referendo realizado em abril de 2024 proposto pelo presidente Daniel Noboa, que mantém uma guerra contra o crime organizado.

Fito “era um líder impiedoso e um narcotraficante prolífico para uma violenta organização criminosa transnacional”, sustentou em abril o promotor do Tribunal do Distrito Leste do Brooklyn, John Durham.

Há anos o Equador deixou de ser um oásis de paz entre Colômbia e Peru, os principais produtores mundiais de cocaína, para se tornar uma das nações mais violentas por causa da guerra pelo poder entre organizações com vínculo com cartéis internacionais.

A taxa de homicídios no país cresceu de 6 para cada 100.000 habitantes em 2018 para 38 em 2024, com o recorde histórico de 47 em 2023.

O Equador, que admite que 73% da cocaína produzida no mundo transita por seu território, apreendeu um recorde de 294 toneladas de drogas – principalmente cocaína – em 2024, ante as 221 toneladas de 2023.

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