EUA sancionam Gustavo Petro, presidente da Colômbia

Líder colombiano recebeu medida com insatisfação e reagiu por meio das redes sociais

EUA sancionam Gustavo Petro, presidente da Colômbia

Os Estados Unidos impuseram nesta sexta-feira, 24, sanções ao presidente colombiano, Gustavo Petro, citando drogas ilícitas em uma publicação no site do Departamento do Tesouro.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou no fim de semana aumentar as tarifas sobre a Colômbia e disse na quarta-feira, 22, que todo o financiamento ao país havia sido interrompido.

O líder colombiano reagiu à medida com insatisfação e, por meio de publicação na plataforma X, confirmou que ele, a esposa e os filhos foram incluídos na lista da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC). Ele alegou que seu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos EUA.

Petro ainda aproveitou para alfinetar o governo norte-americano ao lembrar do papel da Colômbia na luta contra as drogas e o tráfico internacional – postura que, historicamente, auxiliou a minar o envio de cocaína aos Estados Unidos.

“Lutar contra o narcotráfico durante décadas – e com eficácia – me trouxe esta medida por parte do governo da mesma sociedade que tanto ajudamos a conter o consumo de cocaína”, escreveu.

“Um verdadeiro paradoxo, mas nem um passo atrás, e jamais de joelhos”, completou Petro.

Ofensiva de Trump

O presidente Donald Trump promove, atualmente, uma ofensiva intensa contra países sul-americanos, tendo a Venezuela como principal alvo. O pretexto utilizado pelo estadunidense é de que as retaliações fazem parte do combate à narcotraficantes que enviam drogas aos EUA, mas especialistas apontam presença de outros interesses aquém da segurança internacional.

Internacionalistas ouvidos pela IstoÉ explicam que os EUA têm usado o combate ao narcotráfico como um pretexto político para justificar ações com objetivos estratégicos mais amplos na América Latina.

mesmo argumento foi mobilizado na Colômbia, no Panamá e em outros países, sempre associado às disputas de influência e segurança regional. Segundo eles, no caso da Venezuela, o discurso antidrogas cumpre a função de legitimar medidas coercitivas e operações militares.