Estados Unidos voltou a golpear o sistema de remessas para Cuba sancionando, nesta segunda-feira (28), a empresa American International Services (AIS) que processa os envios por seus vínculos com os militares.

“Os lucros destas operações beneficiam de forma desproporcional os militares cubanos, o que fomenta a repressão do povo cubano”, indicou o Departamento de Estado em um comunicado.

Esta companhia que processa as remessas é uma filial da empresa Fincimex, que já sofreu sanções em junho.

“Pedimos a todas as pessoas que enviam remessas a Cuba, a usarem meios que não sejam de entidades controladas pelo governo”, pediu o Departamento de Estado.

Na sexta-feira (25), o governo Trump anunciou novas sanções ao setor de turismo, proibindo que os norte-americanos se hospedem em propriedades pertencentes ao governo de Havana.

Também anunciou restrições a importação de cigarros e licores, em um momento de crescimento do apoio da comunidade cubana na Flórida a sua candidatura. O estado do sul dos Estados Unidos tem um dos principais eleitorados para se chegar à Casa Branca.

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O governo de Trump reverteu a abertura das relações diplomáticas com Cuba promovida por seu antecessor, o democrata Barack Obama, endurecendo o bloqueio existente desde 1962, sob o argumento de violações aos direitos humanos dos cubanos e apoio ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela.

No marco dessas sanções, restringiu o envio de remessas a Cuba, proibindo-os para parentes de funcionários cubanos e membros do Partido Comunista, e limitando-os a receberem até 1.000 dólares por pessoa a cada trimestre.

John S. Kavulich, presidente da organização Conselho de Comércio e Economia entre Estados Unidos e Cuba, explicou à AFP que não há “nenhum inconveniente político” para que Trump apoie uma eliminação dos militares na economia cubana.

“Também há um valor da ótica pela qual o governo de Trump demonstra que vão seguir cavando profundamente para encontrar evidências do papel dos militares na economia e que quando descobrirem, vão atuar de forma decidida”, completou Kavulich.


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