Os Estados Unidos sancionaram 15 membros do cartel de Sinaloa e seis empresas sediadas no México por envolvimento na lavagem de dinheiro do mercado ilegal do tráfico de fentanil, informou o governo americano nesta sexta-feira (22).

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro sancionou agentes de um esquema de câmbio de pesos no mercado ilegal (BMPE, Black Market Peso Exchange) “para lavar milhões de ganhos ilícitos com o fentanil para o cartel de Sinaloa”, anunciou em comunicado.

Entre os sancionados estão a empresa de telefonia celular com sede no México, Smart Depot, e os irmãos Arturo D’Artagnan Marín González e Porthos Marín González.

Segundo Washington, os irmãos Marín negociaram fentanil nos Estados Unidos e utilizaram os rendimentos, principalmente em dólares, para comprar telefones celulares de empresas americanas legítimas.

Em seguida, os celulares eram levados ao México, onde eram vendidos nas lojas da Smart Depot, um negócio rentável que permitiu aos traficantes do cartel de Sinaloa receber o “lucro ilícito em sua moeda nacional”, diz o texto.

O governo dos Estados Unidos “seguirá utilizando todas as ferramentas a [sua] disposição para atacar os violentos cartéis da droga que se beneficiam das vendas mortais de fentanil”, advertiu o subsecretário do Tesouro, Wally Adeyemo, que anunciou as sanções durante uma viagem ao Arizona (sudoeste).

O Departamento do Tesouro acusa o cartel de Sinaloa de ser “responsável de uma parte importante do fentanil ilícito e de outras drogas mortais traficadas para os Estados Unidos”.

Este opiáceo sintético causa dezenas de milhares de mortes por ano nos Estados Unidos, que afirmam que a droga é fabricada principalmente em laboratórios clandestinos no México com substâncias procedentes da China.

A ação do Tesouro americano, que foi estreitamente coordenada com o governo mexicano, também permitiu sancionar agentes dos “Chapitos”, como são conhecidos os filhos do traficante mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán que dirigem uma facção do cartel de Sinaloa.

Como resultado das sanções, todos os bens e participações em bens dos sancionados que estejam nos Estados Unidos, em poder ou sob o controle de americanos ficam bloqueados.

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